Introdução e Objetivo
Atualmente, a vitamina D tem sido reportada como um hormônio esteróide que regula vários processos biológicos como o metabolismo ósseo, a resposta imune inata, a proliferação e diferenciação celular. As formas mais importantes da vitamina D são a vitamina D3 (colecalciferol) que é produzida na pele; e a vitamina D2 (ergocalciferol) proveniente da alimentação. Estudos indicam que a deficiência de Vitamina D constitui um importante fator de risco para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer como: cólon, mama e próstata. Se os níveis séricos de Vitamina D forem superiores à 30ng/dL, a sinalização via receptores de Vitamina D nas células malignas pode auxiliar na redução da atividade neoplásica. Então, a suplementação da vitamina D pode ser uma forma alternativa de auxiliar no tratamento do câncer, O objetivo do presente estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre o papel da vitamina D em vários tipos de câncer.
Metodologia
Essa revisão de literatura foi elaborada a partir de dados do Scielo e Pubmed. Foram selecionadas publicações resultantes da pesquisa entre os anos de 2004 a 2016. Os descritores utilizados para a busca foram: câncer, vitamina D, tratamento.
Resultados
Muitas evidências indicam que nos cânceres de mama, colón e próstata, a vitamina D tem um papel protetor. Com relação ao câncer de mama, a enzima 25(OH) vitamina D é codificada por um gene específico, CYP24A1. Esse gene junto com os receptores de vitamina D são encontrados no tecido e também em tumores mamários, mostrando que a vitamina D tem uma importante função na regulação do tumor. Estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que 45 % das mulheres com níveis séricos de vitamina D superiores a 60 nmol/L estavam prevenidas do câncer de mama, pois o gene CYP24A1 foi encontrato nas células tumorais e impediu a proliferação das mesmas. O estudo também mostra que mulheres com baixos níveis sanguíneos de vitamina D tem uma maior predisposição para a ocorrência de metástases.
No câncer de próstata, estudos relatam que altos níveis séricos de vitamina D, junto com o calcitriol (forma ativada da vitamina D) retardam a evolução do câncer. Estudo realizado na Califórnia (EUA), concluiu que 55% dos homens que tomaram 4000 UI/dia de vitamina D tiveram uma melhora significativa na inflamação e no tumor prostático, pois a vitamina D regula os genes que fazem diferenciação celular prostática (GDF 15).
No câncer de cólon, pesquisas confirmam que os receptores de vitamina D estão presentes nos tumores, e que mesmo os pacientes com fator de predisposição ao câncer, como os obesos, se houver altas concentrações desta vitamina no sangue, os mesmos não tem predisposição a neoplasias malignas. Um estudo realizado com pacientes de câncer de cólon mostrou que a ingestão de 1000 UI/dia de vitamina D promoveu uma redução de 50% na predisposição ao câncer. Todos os diferentes estudos dão ênfase a hipervitaminose D como uma boa forma de proteção e prevenção de tumores malignos.
Considerações Finais
É possível inferir que a vitamina D tem um papel protetor nos cânceres de mama, colon e próstata. Desta forma, torna-se importante a determinação laboratorial desta vitamina a fim de que a suplementação seja realizada nestes pacientes. Tal medida pode corroborar com uma diminuição na proliferação das células neoplásicas e funcionar como um adjuvante terapêutico.