Introdução e Objetivo

Sabe-se que originalmente o vírus Zika foi isolado de uma fêmea de macaco Rhesus na Floresta Zika (daí o nome do vírus), localizada próximo de Entebbe na Uganda. O principal modo de transmissão descrito do vírus é por meio de vetores, entre estes os mosquitos do gênero Aedes, incluindo A. aegypti e A. albopictus. No entanto, é descrito na literatura científica a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual.

Estamos vivenciando no Brasil a introdução e um rápido processo de dispersão de novos arbovírus. As alterações climáticas propiciam à dispersão dos vetores e suas doenças, assim como o crescente número de voos internacionais, favorecendo à movimentação de doentes ou pessoas infectadas em período de incubação.

O resumo tem como objetivo informar e sensibilizar a necessidade de identificar todos os possíveis vetores e formas de infecção e transmissão do Zika vírus.

Metodologia

A revisão de literatura foi realizada em março de 2016, sendo esta uma pesquisa qualitativa, a qual é composta por 10 referências bibliográficas, sendo 8 artigos científicos e 2 informativos presentes nos sites do Ministério da Saúde e FIOCRUZ.

Os métodos de pesquisa utilizados foram artigos das bases de dados Scielo e no Google nos sites oficiais do Portal da Saúde (Ministério da Saúde) e Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). As palavras-chave utilizadas para a pesquisa foram Zika Vírus e Aedes aegypti. Os artigos são de 2002 até 2016 e pertencentem as seguintes revistas: Memorias do Instituto Oswaldo Cruz; Rev. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical; Epidemiologia Serviço de Saúde; Rev. Associação Médica Brasileira; Rev. Instituti Medicina Tropical de São Paulo; Rev. Pan-Amazônica de Saúde; Rev. Brasileira de Epidemiologia.

Resultados

O Virus Zika é um flavivirus, segundo dados do Ministério da Saúde a infecção por este vírus provoca sintomas semelhantes aos da Dengue (mal-estar, calafrios, artralgia, dor periorbital, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, mialgia e dor de cabeça). Os sintomas do Zika vírus recentemente estão apresentando quadros mais severos. A síndrome de Guillain-Barré, associada ao Zika têm sido comumente registrados em locais com circulação simultânea com o vírus da dengue. Assim como o surgimento de neonatos com microcefalia, decorrente de gestantes contaminadas pelo vírus durante o período da gravidez.

O vírus Zika é transmitido por mosquitos do gênero Aedes. No Brasil o vetor é o  Aedes aegypti, um mosquito altamente sinantrópico, que tira partido dos ambientes peridomésticos, podendo fazer as suas refeições sanguíneas no interior das habitações humanas.

Dois dos artigos estudados citam ainda a possibilidade do vírus Zika ser transmitido através de relações sexuais, pelo sangue e hemoderivados contaminados pelo vírus. Levantando a questão da inclusão dessa e outras arboviroses na triagem de doadores de sangue, essa constatação ocorreu no Instituto Adolfo Lutz e confirmado pelo Instituto Evandro Chagas onde o vírus Zika foi isolado em um paciente que recebeu uma transfusão sanguínea contaminada de um doador em período de incubação.

Estão sendo desenvolvidos inúmeras pesquisas para obter informações a respeito dos arbovírus. Entre as possíveis descobertas podemos citar a pesquisa da Bióloga Constância Ayres com Projeto em Vetores na Fundação Oswaldo Cruz levantou a possibilidade de mosquitos do gênero Culex também serem vetores do zika vírus. Ela observou em seus estudos a disseminação do vírus da zika em mosquitos Culex, mosquito popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca. Os resultados da pesquisa ainda são parciais, pois ainda não é possível afirmar se o pernilongo é capaz de transmitir o vírus da zika para as pessoas.

Levando em conta as medidas de controle vetorial, a utilização de inseticidas, a eliminação dos criadouros de larvas assume um dos principais papéis no controle deste vetor, assim como a utilização de medidas de proteção individual como uso de repelentes e instalação de telas em janelas e portas. Os indivíduos com doença ativa ou que a tiveram recentemente devem ser impedidos de doar sangue, assim como utilizar preservativos para manter relações sexuais dado este descrito em 6 dos 8 artigos estudados.

Considerações Finais

As doenças transmitidas por mosquitos ainda são um grande desafio para a saúde pública, isso porque na sociedade de hoje os riscos são compartilhados globalmente. Os trabalhos de pesquisa estão nas diversas áreas relativas as arboviroses, como controle de vetores, vacinas, melhorias de diagnóstico, avaliações de prognóstico, estudos epidemiológicos, estudos de genoma viral, avaliações de resposta inflamatória, suscetibilidade genética, e mostram a amplitude de estudos.