Introdução e Objetivo
A sarna sarcóptica é uma dermatose parasitária causada pelo Sarcoptes scabiei. Afeta diversas espécies de animais, como cães, gatos, equinos, ovinos, caprinos, bovinos e roedores. É altamente contagiosa em animais e pode também afetar a espécie humana. O cão é o animal de companhia mais atingido por este ácaro. O contágio se dá através do contato com animais infectados ou instrumentos contaminados; quando no meio ambiente, o ácaro pode resistir por alguns dias. Quando no hospedeiro, S scabiei localiza-se na pele, cavando túneis no estrato córneo, levando a uma dermatite pruriginosa e generalizada. Na maioria das vezes, o animal apresenta pequenas crostas hemorrágicas e perda de pelo, o intenso prurido pode levar ao surgimento de feridas secundárias devido ao ato de coçar exercido pelo animal. Este trabalho teve como objetivo relatar um caso de sarna sarcóptica em equino atendido no Hospital Veterinário da Faculdade Integrado de Campo Mourão.
Metodologia
Foi atendido no Hospital Veterinário da Faculdade Integrado de Campo Mourão, uma fêmea equina da raça crioula, com aproximadamente 12 anos de idade, pesando 400 kg. Na anamnese, a queixa principal do proprietário era de que há alguns meses o animal não parava de se coçar demonstrando certa irritação na região do pescoço, orelhas e rabo. O proprietário ainda relatou que a égua teria parido há quatro meses e que a potra não apresentava prurido. Ao exame físico foram identificados vários pontos de escoriações pela cabeça pescoço e cauda, a orelha esquerda estava edemaciada e a direita com quebra da cartilagem e com ausência de pelos. Devido as características das lesões a suspeita principal foi sarna sarcóptica, então foi solicitado o raspado de pele para confirmação.
Resultados
Durante a leitura das lâminas não foi possível identificar nenhum ácaro. No entanto, devido às características das lesões e achados da anamnese, foi instituído o tratamento para sarna sarcópica causada pelo ácaro S. scabiei. Como tratamento foi utilizado o triclorfon na forma de pulverização, conforme recomendações do fabricante, e também administrado pela via oral ivermectina 1% na dose 0,2 mg/Kg uma vez por semana, por quatro semanas consecutivas. O animal apresentou melhoras, com redução do prurido e crescimento dos pelos na região do pescoço, orelhas e cauda, com o desaparecimento dos focos de escoriações, confirmando o diagnóstico de sarna sarcóptica.
Considerações Finais
A sarna sarcóptica constitui um problema da saúde animal e humana no mundo atual, determinando não apenas efeitos deletérios como prejuízos econômicos. O diagnóstico dessa enfermidade é de difícil realização uma vez que os ácaros podem não estar presentes ao redor das lesões no momento da coleta, sendo o diagnóstico confirmado através da resposta ao tratamento.