Introdução e Objetivo
No Brasil, existem barramentos de diversas dimensões e diferentes usos. Em alguns, as condições de manutenção são mantidas e atendem normas de segurança compatíveis com padrões mais exigentes, já em outras são apresentados com riscos mais sérios de serem ultrapassados os limites de segurança que podem resultar em rompimento. Uma grande razão para tais falhas são que diversas vezes as barragens não são operadas adequadamente. Em Minas Gerais, após o acidente ocorrido em 2011 com a barragem de mineração Rio Verde, a FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente) iniciou um levantamento do numero e do tipo de barragens do Estado e realizou o cadastramento e classificação das barragens. Os relatórios são para conhecer as condições das barragens e atestar se apresentam condições de estabilidade. Esse artigo tem como objetivo apresentar o resultado de uma pesquisa, onde barragens foram aplicadas em um modelo de risco para estimar o risco de ruptura e definir prioridades de intervenção.
Metodologia
Dados de barragens foram aplicados em um modelo que considera os fatores Periculosidade, Vulnerabilidade, e Importância Estratégica. Primeiro, foram analisados os relatórios das barragens e selecionados relatórios técnicos com informações completas. Após foi calculado o potencial de risco de todas as barragens e atribuídos uma pontuação para todos os parâmetros. A periculosidade representa as características técnicas da barragem e é obtida pela soma das pontuações. Depois de calculada, se for maior que 30 é considerada elevada, se for entre 20 e 30 é significativa, e entre 10 e 20 é baixa à moderada. A vulnerabilidade representa a situação da barragem para medir o quanto é vulnerável a uma ruptura. Se for maior que 40 é elevada, entre 22 e 40 é moderada à elevada, entre 5 e 22 é baixa a moderada e maior que 5 é muito baixa. Foram analisadas as 606 barragens cadastradas na Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) de Minas Gerais em 2006, e selecionada um espaço amostral de 124.
Resultados
Com os valores calculados foram obtidos o Potencial de Risco para cada barragem, que foram classificados em níveis Alto/Emergência, Médio/Alerta, Normal, Baixo ou Muito Baixo. Os resultados foram comparados com os gerados através da metodologia de Potencial de Dano Ambiental, onde um modelo avalia o potencial de risco de ruptura, enquanto o outro avalia as consequências em relação ao dano ambiental em caso de uma ruptura.
Nenhuma barragem avaliada se enquadrou nas classes extremas: Muito Baixo e Alto/Emergência.
Considerações Finais
Foi concluído que barragens de maiores dimensões, com mais disponibilidade de informações foram mais viáveis para aplicação ao modelo de Potencial de Risco Modificado.
Para as barragens que apresentaram relatórios mais completos, o modelo foi mais eficaz para o preenchimento, concluindo que uma padronização desses relatórios contribuiria para uma melhor geração de dados.