Introdução e Objetivo
A saúde mental, de acordo dados emitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que os transtornos mentais acometem acerca de 450 milhões de pessoas no mundo. A reforma psiquiátrica trabalha na perspectiva da lógica das desospitalização, oferecendo atenção à família e a comunidade, enfocando ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Os profissionais de saúde vem desenvolvendo estratégias humanizadas de atuação com esse público, e uma delas é o trabalho através da arte. A produção artística expressa muito do autor que a produziu, seja ele um pintor, escritor ou escultor. Portanto, esta revisão da literatura teve como propósito trabalhar uma articulação possível entre arte e psicanálise como referência na área da saúde mental. A teoria Psicanalítica, postulou a existência do inconsciente. Assim, esta pesquisa buscou estudar essa forma de expressão do inconsciente, estudou sujeito estruturado como psicótico e que convive com um intenso sofrimento mental.
Metodologia
Trata de uma revisão da literatura a respeito da articulação entre a Psicanálise e a Arte, para o auxilio terapêutico na área de saúde mental. A pesquisa bibliográfica compõe por uma metodologia básica, para os estudos literários, pelos quais se busca o domínio sobre determinada temática. Esta pesquisa foi desenvolvida a partir de materiais publicados em livros, artigos, dissertações e sites. Teve na teoria psicanalítica a sua fundamentação teórica. Foram pesquisados os trabalhos de autores que escreveram ou trabalharam com o tema psicanálise, arte e psicose, seja de forma conjunta ou isolada. Para a realização da pesquisa será utilizado bases de dados como: LILACS (Literatura Latino Americana), MEDLINE (National Library of Medicine and National Institutes of Health), Scielo. Para critérios de inclusão foram utilizados: artigos completos disponíveis na base de dados, artigos disponíveis em português que respondam a pergunta de pesquisa.
Resultados
A articulação entre psicanálise e a arte já tem sido realizada desde primórdios da teoria psicanalítica. Desde o final do século XIX até os dias atuais, elas vêm se encontrando e se distanciando. A arte moderna e a psicanálise, ambas produtos culturais que compartilharam um mesmo “espírito da época”, nem sempre possuíam ou possuem ligações explícitas. Porém, tais ligações existem mesmo que ainda ocultas à espera que se venha atualizá-las. A descoberta freudiana do inconsciente influenciou e é contemporânea dos movimentos artísticos que procuravam novos parâmetros formais, valorizando o irracional, o espontâneo e a expressão livre. No Brasil, temos profissionais conhecidos no que diz respeito à valorização da produção artística dos psicóticos, como Nise da Silveira e Osório César. Na psicose, o esquizofrênico deparamo-nos com um universo mórbido, um mundo de temor e angústia, provocado pela invasão de um caos que nasce dentro do próprio indivíduo doente, vivendo em um mundo autista e isolado. O desenho e a pintura dos esquizofrênicos apresentam uma defesa primitiva contra a grande angústia provocada pela invasão da psicose. Os esquizofrênicos reagem frente à invasão da psicose com mecanismos de defesa permitem uma nova organização dentro de um mundo interno alterado e aliviam o sofrimento do sujeito. Contudo, as vias do inconsciente estão fora do alcance do intelecto do observador. Um método utilizado, para que se possa abordar o inconsciente e que consiste simplesmente em solicitar ao doente que fale sobre sua obra, caso contrário seria muito difícil ou mesmo impossível obter alguma compreensão fidedigna. A relação entre a arte e a psicanálise representa uma questão que carece ser analisada, tanto a partir da prática clínica quanto através da investigação teórica. A teoria seria o ponto de partida para se traçar uma compreensão da ótica psicanalítica sobre a arte. Por outro lado, Freud afirma que a literatura (arte) teria mais a oferecer para a psicanálise do que a psicanálise teria a oferecer a esta no que se refere ao desvelamento do ser humano. Por fim, a autora afirma que os efeitos clínicos obtidos a partir das criações efetuadas pelos doentes mentais, que a princípio foram realizadas somente como uma experimentação, tornou-se um modo de tratamento mais efetivo para a não rotulação da loucura.
Considerações Finais
O processo da criação artística tem o igual valor de uma formação do inconsciente, pois é comparável à elaboração onírica, à elaboração do sintoma, à elaboração de uma fantasia, ao processo de sublimação. O psicótico recria na produção artística a sua vida mental, sendo uma possibilidade expressão do sofrimento mental. Atualmente, o trabalho terapêutico com obras artísticas tornou-se um modo para minimizar o preconceito acerca das pessoas que possuem grande sofrimento mental.