Introdução e Objetivo

No Brasil assim como em outros países em desenvolvimento a transição nutricional é determinada pela redução contínua dos casos de desnutrição e o aumento do sobrepeso e contribuem para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. A essas são associadas a hipertensão arterial (HA), a obesidade, o diabetes melitus, dentre outras. Dentre as DCNT a HA e o sobrepeso correspondem aos dois principais fatores de risco responsáveis pelas mortes em todo o mundo. Com o ritmo acelerado da urbanização, o tempo passou a ser um dos fatores primordiais no estilo de vida de cada indivíduo e novos hábitos repercutem negativamente na sua condição de saúde. Indivíduos com atividades laborais como a docência são atingidos diretamente por essa mudança no estilo de vida, pois têm uma rotina múltipla de trabalho. Assim, o presente estudo teve como objetivo conhecer o perfil antropométrico e o nível de atividade física de docentes de uma instituição de ensino privada da cidade de Campo Mourão Pr.

Metodologia

Tratou-se de um estudo de natureza quantitativa e descritiva com coleta de dados aleatória realizada com docentes de uma Instituição de Ensino Privada de Campo Mourão, PR. A instituição conta com 154 docentes nas suas duas Unidades. A coleta de dados ocorreu no periodo em que os profissionais estavam exercendo suas atividades. Inicialmente foi avaliado o estado antropométrico, através do peso, estatura, circunferência da cintura, o percentual de gordura, através das seguintes medidas; Prega Cutânea do Tríceps (PCT), Prega Cutânea do Bíceps (PCB), Prega Cutânea Subescapular (PCSE) e Prega Cutânea Suprailíaca (PCSI). O estado antropométrico foi classificado segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). O instrumento utilizado para medida do nível de atividade física foi o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ).

Resultados

Foram avaliados 41 docentes, com idade média de 34 anos, sendo 73,0% (n:30) do sexo feminino e do sexo masculino 27,0% (n:11). De acordo com o perfil socioeconômico observou-se que 19,5% (n=8) foram classificados na classe A e 46,3% (n=19), enquanto 34,2% (n=14) apresentaram a classificação B2, possuindo valores referentes ao rendimento mensal em cerca de 4.427,36R$, as classes econômicas C2, D-E não houve resultados. Em relação à classificação do estado antropométrico através da circunferência da cintura observou-se que 14,6% (n=6) do sexo feminino e 21,9% (n=9) do sexo masculino indicou risco elevado para desenvolver doenças cardiovasculares. O estado antropométrico dos docentes apresentou-se de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC) resultados positivos onde 61 % (n=25) apresentavam-se eutróficos, 31,7 % (n=13) em pré obesidade, 4,9% (n=2) obesidade grau I, obesidade grau III 2,4% (n=1), não apresentando resultados significativos para obesidade grau II. De acordo com os itens investigados no Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), buscando determinar as atividades físicas realizadas durante o trabalho, nas tarefas domésticas, no transporte e no lazer verificou-se que 36,6% (n=15) dos docentes são muito ativos, realizando atividades de ≥5 dias por semana de atividade física com duração de 30 minutos,  em contrapartida 63,4% (n=26) são classificados como sedentários, ou seja, não realizaram nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. 

Considerações Finais

Pode-se observar que dentro dos parâmetros observados os docentes da referida instituição de ensino não apresentaram risco elevado de desenvolver Doenças Crônicas, porém, observou-se que uma porcentagem significativa são caracterizados como sedentários, sendo necessário tomar medidas para que os mesmos realizem mais atividades físicas buscando maior qualidade de vida.