Introdução e Objetivo

A ideia de terapia assistida por animais (TAA), foi introduzida na década de 60 pelo psicólogo Boris Levinson no tratamento de crianças e adultos com dificuldades emocionais e comportamentais, e desde então sua utilização e estudos vem sendo desenvolvidos. Ela parte do princípio de que o amor e a amizade que podem surgir entre seres humanos e animais geram inúmeros benefícios psicológicos, além  das atividades psicomotoras estimuladas pelos mesmos.  

            A terapia assistida por animais pode servir como auxílio no tratamento de diversas patologias como síndromes genéticas, hiperatividade, depressão, mal de Alzheimer, lesão cerebral, transtornos de temperamento, síndromes psicológicas e também na redução da violência em pacientes e presidiários.                     

            O objetivo deste trabalho é trazer um maior esclarecimento sobre esta modalidade de atuação do médico veterinário, bem como citar alguns dos benefícios obtidos com tal terapia.

Metodologia

O presente estudo foi realizado por meio de levantamento bibliográfico em artigos científicos disponíveis nas bases de dados CAPES, SciDirect, SciElo e PUBMED.

Resultados

            A TAA por animais é uma intervenção direcionada e individualizada, devendo ser aplicada e supervisionada por profissionais da saúde, como médicos veterinários, psicólogos e voluntários devidamente habilitados, sendo todo o processo documentado e avaliado, objetivando promover a melhora da função física, social, emocional e cognitiva dos pacientes.     

            A atuação do veterinário é fundamental em relação à sanidade do animal, minimizando o potencial zoonótico e zelando por seu treinamento e bem-estar, pois a qualidade de vida desses terapeutas animais é essencial para o bom funcionamento da terapia. Os animais utilizados na TAA são levados à diversos ambientes, como recintos hospitalares, onde existem diversos enfermos imunosuprimidos, não sendo poucos os relatos de zoonoses como gastrenterites bacterianas, verminoses e micoses adquiridas pelo paciente durante a TAA, bem como alergias e mordeduras durante a terapia. Para se evitar tais situações impossibilitadoras, é indispensável a atuação de um médico veterinário, pois é o único profissional habilitado capaz de prevenir as zoonoses nos animais e treiná-los de acordo com as necessidades do paciente.    

            Em geral, os animais geram distrações e segurança, o que diminui ativação do sistema nervoso simpático e libera endorfinas, ajudando no tratamento da depressão, estresse e ansiedade, enriquecem hábitos diários, melhoram o condicionamento físico, motor, e cognitiva , gerando interações sócio-emocionais com familiares  e terapeutas.                

            Devido às particularidades de cada espécie, os animais podem ser escolhidos para atingir objetivos diferentes, auxiliando em doenças genéticas, congênitas, hereditárias e adquiridas. Cães, gatos, aves, peixes, coelhos, tartarugas, cavalos e golfinhos são exemplos de animais que podem ser empregados na TAA      . 

            Os cães e os gatos são os mais comumente utilizados por possibilitarem interações sociais e emocionais devido às representações afetivas que demonstram ao paciente. Tartarugas e coelhos são calmos e curiosos, sendo mais utilizados em estímulos táteis e como atrativo visual.                 

            Aves e peixes são utilizados devido ao seu estimulo visual e no encorajamento nos cuidados diários, como alimentação e manutenção do aquário e gaiolas.     

            Cavalos e golfinhos são utilizados em tratamentos de reabilitação motora, em atividades em solo e na hidroterapia, respectivamente. 

Considerações Finais

Apesar de todos os benefícios trazidos pela terapia assistida por animais, no Brasil, esta ainda permanece em sua fase inicial, sendo poucas as instituições ou indivíduos  que a utilizam. O médico veterinário pode ser um agente possibilitador e implementador de tal terapia, atuando não somente na medicina animal, mas auxiliando também na saúde e bem-estar de seres humanos.