Introdução e Objetivo

Definida enquanto um processo pelo qual o indivíduo é orientado a fazer escolhas e a se preparar para a inserção no mundo ocupacional, a Orientação Profissional (OP) tem como objetivo possibilitar situações que oportunizem a ampliação de autoconhecimento e conhecimento do mundo do trabalho, favorecendo a reflexão sobre os aspectos envolvidos para uma escolha profissional consciente e madura. A OP pode ser realizada tanto individualmente como em grupo, ambas em settings clínicos e/ou escolares. Vale ressaltar que a OP se destina a qualquer pessoa que esteja passando pelo processo de escolha ou redefinição de carreira (jovens, adultos, pré-aposentados, etc.), no entanto o foco deste trabalho se dirige à demanda juvenil. 

Além de problematizar o compromisso social e ético do psicólogo em demandas de escolha profissional, este trabalho possui a intenção de disseminar a prática psicológica em OP, fornecendo subsídios teóricos e instrumentais para alunos e psicólogos.

 

Metodologia

Utilizou-se para a confecção deste trabalho materiais bibliográficos de referência no contexto da OP, assim como da própria experiência prática com atendimentos à grupos.

Resultados

Fazer uma escolha não é tarefa fácil, principalmente quando ela está atrelada a uma compreensão de que será "para a vida toda", como no caso da escolha profissional. Esta ideia (por vezes irrefletida), associada às múltiplas ofertas de cursos e inserção no mercado de trabalho atual, faz com que a decisão se torne mais difícil, proporcionando aos sujeitos ansiedade e angústia perante a situação vivida. Por mais que os indíviduos façam escolhas durante toda a sua existência, nota-se que é na juventude que ocorre uma pressão social no que se refere à escolha profissional. Ao adentrar na juventude, os sujeitos se veem obrigados a definir sua identidade e a traçar metas para se alcançar um projeto de vida profissional.

Faz-se de suma importância ressaltar que aspectos cognitivos, subjetivos e sociais intereferem no momento da escolha, portanto, cabe ao psicólogo reconhecer a diversidade de situações que surgem dentro de uma mesma demanda, como as interferências familiares, o baixo poder aquisitivo e a necessidade de inserção rápida no mercado de trabalho, doenças psicossomáticas e de aprendizagem, expectativas frustradas, entre outras. Destas situações, o compromisso psicológico de transcender o atendimento dirigo ao(s) orientando(s), rumo à orientação de pais e outros familiares, assim como de reconhecer o contexto vivido pelos mesmos e levá-los a conhecer e entender os processos que subjazem uma escolha consciente.

Ademais, diferentes instrumentos psicológicos (testes, jogos e questionários) estão ao alcance de uma prática fundamentada e científica, que com rigor ético tendem a contribuir na elucidação de questões vividas pelos jovens, assim como na construção conjunta de resultados que levem ao orientando à escolha final.

Considerações Finais

Diante o exposto, o psicólogo que trabalha com OP se vê frente a um desafio e um grande compromisso social, o de minimizar os efeitos negativos de um momento que tem se apresentado como difícil à maioria dos jovens, corroborando para uma escolha consciente e madura, pautada no autoconhecimento.