Introdução e Objetivo

O paciente crítico geralmente encontra-se sedado, o repouso no leito e o imobilismo acometem principalmente os sistemas: osteomuscular, urinário, cardiovascular, gastrointestinal, respiratório e cutâneo, resultando em fraqueza e contraturas musculares, diminuição de trofismo e força e o aparecimento de escaras. A mobilização precoce tem sido utilizada como um dos recursos para prevenção de problemas psicológicos, físicos e o prolongamento do internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Essa terapia trata-se da intervenção fisioterapêutica realizada imediatamente após a estabilização fisiológica do indivíduo. Tendo como objetivo a prevenção dos problemas físicos ligados ao tempo prolongado no leito, uma melhora da força global e redução do tempo de internamento do indivíduo. Desta forma, esse estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre os benefícios da mobilização precoce realizada pelo fisioterapeuta, em indivíduos internado na UTI.

Metodologia

O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases de dados SCIELO e LILACS no período de janeiro a agosto de 2015, com enfoque em estudos publicados entre os anos de 2000 a 2015 e escritos nas línguas portuguesa e inglesa. Os descritores utilizados foram: Unidade de Terapia Intensiva; Mobilização Precoce; Fisioterapia. A seleção do material se deu a partir dos seguintes critérios: Critérios de inclusão: Artigos disponíveis na íntegra e que abordassem a importância da mobilização precoce em pacientes internados na UTI. Critério de exclusão: Artigos que não abordassem o tema paciente crítico ou mobilização precoce. Dos 40 artigos encontrados somente 20 foram pré-selecionados para análise, uma vez que grande parte dos estudos estavam presentes em ambas bases de dados. Posteriormente uma leitura na integra dos artigos foi realizada a fim de identificar os beneficios oferecidos por essa terapia a pacientes internados na UTI.

Resultados

Partindo do pressuposto que pacientes em situação de imobilismo sofrem alterações generalizadas, verificou-se nos estudos analisados o uso de atividades fisioterapêuticas que incluíam mudanças de decúbito, mobilização passiva, exercícios ativo assistido e ativos livre, cicloergômetro, sedestação beira leito, ortostatismo e deambulação. Um estudo utilizou um protocolo de exercícios cinesio terapêuticos, que teve como objetivo a comparação entre grupo protocolo e grupo controle, O grupo protocolo passou por uma terapia de quatro níveis. Foi observado que o grupo protocolo obteve ganho com relação a diminuição dos dias de internamento, ao número de dias para a primeira saída do leito e de custos hospitalares. Um segundo estudo realizado analisou o uso de cicloergômetro nos membros inferiores comparando com um grupo controle que seguiu outro protocolo de atendimento. O grupo tratamento obteve resultados significativos em relação ao grupo controle na recuperação da funcionalidade, status funcional e força de quadríceps levando a melhora de deambulação. Em um estudo clinico, prospectivo, intervencionista, no período de sete dias foi avaliado o nível de consciência, os efeitos hemodinâmicos e pulmonares nos pacientes submetidos a ventilação mecânica durante a posição ortostática na prancha com angulação de 0 a 30? e 50?durante a mobilização precoce. O estudo obteve como resultado melhora do volume corrente, capacidade vital e inspiração máxima. Apresentou também aumento da frequência cardíaca e pressão arterial média, durante o ortostatismo, lembrando que eram pacientes críticos e restritos ao leito. A fisioterapia motora vem sendo utilizada nos pacientes críticos como uma terapia segura e viável, os efeitos deletérios causados pelo imobilismo acabam sendo minimizados através das técnicas utilizadas pelos profissionais fisioterapeuta e equipe multidisciplinar com o intuito de oferecer ao paciente uma evolução gradual, diminuindo assim o tempo de internamento e possíveis sequelas.

Considerações Finais

Constatou-se que a realização da cinesioterapia é o caminho mais adequado, seguro e viável, sendo este processo capaz de evitar sequelas e diminuir disfunções provenientes do prolongado período no leito.  A mobilização fisioterapêutica com início precoce, nos estudos analisados, mostrou-se favorável para reversão de fraqueza muscular. Contudo destaca-se a necessidade de estudos com abordagem quantitativa que evidenciem os benefícios da fisioterapia motora precoce em pacientes críticos.