Introdução e Objetivo

A intensa utilização do glifosato nas áreas de cultivo de soja, geneticamente modificada e outras culturas, favorece o aumento da pressão de seleção que, aliado à boa adaptabilidade ecológica das espécies de capim-amargoso e a utilização de sistemas conservacionistas de solo, que tem como fundamento a dessecação das plantas e o não revolvimento do solo, além de serem altamente prolíficas, contribuem para a seleção de biótipos resistentes dessa espécie. Com a descoberta recente de biótipos de Digitaria insularis resistente ao herbicida glifosato, faz-se necessário o estudo de outros herbicidas eficientes no controle desta planta. Assim, objetivou-se neste trabalho, avaliar a performance de diferentes herbicidas no manejo da Digitaria insularis resistente ao glifosato e o manejo da Glycine max voluntária RR.

Metodologia

O experimento foi conduzido a campo, no período de março a maio de 2011, na Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR. Foi utilizado o delineamento experimental em faixas compostos por 24 tratamentos com 4 repetições em cada faixa, em parcelas de 3,0m x 30,0m. As aplicações foram realizadas no dia 06 de abril de 2011.  Aos 15 DAA da primeira aplicação, foi realizada a aplicação de 2,4-D nos tratamentos onde predominava somente os herbicidas graminicidas para o controle das dicotiledôneas. E aos 30 dias após a primeira aplicação, foi realizado novamente a aplicação de 2,4-D na área total, para o manejo de todas as dicotiledôneas. As avaliações visuais de eficiência de controle, utilizando a porcentagem de controle de 0 a 100, sendo 0 igual a nenhum controle e 100, a controle total, segundo a escala conceitual proposta pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas.

Resultados

Para Digitaria insularis verificou-se que o herbicida cletodin, em todas as doses utilizadas, obteve-se um controle inferior a 25% aos 7 DAA, aos 15 DAA ocorreu controle de 75% nas maiores doses, nas demais, houve um índice de 50 a 60% de controle. Aos 21 DAA nas doses mais altas, controlou-se de 83% a 85% e aos 30 DAA, a menor dose, desencadeio 85% de controle. Para as doses a partir de 120 g. i.a. ha-1 controlou-se mais de 90%. Aos 60 DAA todas as doses controlaram 98%. Ao associar o herbicida saflufenacil ao cletodin, verificou aos 7 DAA controle de 55%, mantendo-se 75% aos 15 e 21 DAA, ocorrendo a eliminação completa entre 30 e 60 DAA. O herbicida haloxyfop aos 7 DAA, apresentou controle de 15%; aos 15 DAA 50% e aos 21 DAA o controle foi de 73%. Aos 30 DAA, a maior dose controlou 93%, e as duas menores associadas ao óleo Oppa, apresentaram controle de 85% a 88%. O haloxyfop quando associado ao óleo joint, ou 2,4-D, ou saflufenacil apresentou aos 60 DAA um controle insatisfatório de 70%. Para os outros tratamentos aos 60 DAA, o controle excelente (98%). O herbicida tepraloxydim aos 7 DAA apresentou 15% de controle e aos 15 DAA 65%. Aos 21 DAA, a menor dose apresentou controle aceitável de 80%, porém aos 30 e 60 DAA todas as doses, inclusive associado ao saflufenacil, apresentaram um controle superior a 90%.  O herbicida fluazifop e a mistura formulada (cletodin+fenoxaprop) junto ao óleo aureo tiveram controle crescente dos 7 aos 30 DAA, e excelente controle aos 60 DAA.  Os outros herbicidas, como  nicosulfuron, mesotrione e tembotrione associados a atrazina+óleo vegetal, variaram de 10 a 65% de controle. O herbicida glifosato aos 30 DAA, na menor dose, controlou 35% e a maior dose obteve 50%. Aos 60 DAA as duas doses utilizadas apresentaram 10%. Quando adicionado o saflufenacil associando o óleo mineral Dash aos graminicidas, aos 7 DAA apresentava 55% de controle, e dos 15 aos 21 DAA manteve um controle de até 75%. O herbicida 2,4-D associado a outros produtos aos 7 DAA apresentou 30% de controle. Aos 15 até 30 DAA controlou  acima de 90%. Dos 30 aos 60 DAA após a aplicação sequencial de 2,4-D, foi possível eliminar totalmente a soja. Quando utilizado o herbicida atrazina na dose de 1200 g. i.a. ha-1 associado, o controle foi 100% aos 7 DAA. Aos 15 DAA, o tratamento com nicosulfuron+atrazina obteve um controle de 75%, porém os outros tratamentos com atrazina obtiveram um índice de 100% dos 21 aos 60 DAA.

Considerações Finais

No controle da D. insularis resistente ao glifosato, houve excelente performance dos diversos herbicidas graminicidas, nas mais diferentes doses. A  Glycine max, foi melhor controlado com 2,4-D, do Saflufenacil e Atrazina. Para a soja uma aplicação de Saflufenacil e 2,4-D foram suficientes, enquanto para erva quente foram necessárias duas aplicações de 2,4 D. O herbicida glifosato na menor e maior dose até os 60 DAA apresentou um controle inferior a 50% de eficiência no manejo da D. insularis.