Introdução e Objetivo

Na agricultura o Brasil é um dos maiores do mundo. Bender et al. (2020) destaca as plantações irrigadas de algodão da Bahia que possuem produtividade maior que nacional. A soja do oeste baiano ocupa 59% da área total cultivada da região, correspondendo a 5,3% da produção nacional e 54,4% da produção do nordeste (SEAGRI, 2018). Na fruticultura, o Nordeste por possuir altas temperaturas o ano todo, clima seco, alta exposição solar, as técnicas de irrigação, faz da região um grande produtor nacional (SANTOS, SOBRINHO, 2015). Somando-se a agricultura do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, o Brasil uma potência mundial agrícola. Entre os estados do nordeste, a Bahia possui um grande potencial e algumas vantagens que fizeram o estado ocupar as primeiras posições nacionais na produção do algodão. O Oeste da Bahia possui diversas condições favoráveis: clima, infraestrutura, topografia e relevo. Quanto ao solo, Faria et al. (2018) destaca que é formado por latossolos vermelho-amarelo com teores de argila entre 16% e 44% que facilita o desenvolvimento da cultura, com luminosidade intensa, precipitação bem distribuídos ao longo do período das chuvas. A continuidade do desenvolvimento agrícola mundial passará por um grande desafio, o aquecimento global. Segundo Intergovernmental Panel on Climate Change (2014), o aquecimento global deve criar efeitos negativos sobre os ecossistemas, a biodiversidade, os recursos hídricos, a saúde humana e a produção agropecuária. A maior parte das pesquisas realizadas sugerem que os países em baixas latitudes, sobretudo os pobres, poderão ser os mais prejudicados. Ainda existe o fato que 44% das propriedades rurais estão ligeiramente ou moderadamente degradas (CLERCQ et al. 2018). O objetivo desse artigo é mostrar que a agricultura de alta tecnologia, chamada de agricultura 4.0, pode ajudar o país a superar esses desafios e continuar produzindo alimentos e grãos com maior eficiência e mais sustentabilidade.

Metodologia

O aumento da produção agrícola de alimentos permitiu que a população de planeta aumentasse rapidamente ao longo dos anos, hoje superando a cifra de 7 bilhões de pessoas (CLERCQ et al., 2018). Como consequência gerou um aumento na demanda por alimentos, fazendo com que os produtores busquem por novas técnicas para aumentar a produtividade de alimentos, de forma mais sustentável e utilizando a menor área possível (AQELEL-UR-REHMAN, 2017). A pesar dos avanços, o Brasil precisa enfrentar desafios de alcance mundial, como a limitação de recursos naturais, as mudanças climáticas, o desperdício de alimentos e o crescimento demográfico (CLERCQ et al. 2018). A população mundial está crescendo, nas próximas décadas haverá um aumento de 33%, alcançando 10 bilhões de pessoas até 2050. Até 2100, esse número poderá chegar a 11,2 bilhões. Este valor pode subestimar as taxas reais de fertilidade, levando em conta outras estimativas, seria possível atingi 16,5 bilhões de pessoas no mundo. Isto deverá criar uma maior demanda para produção de alimentos, imaginando-se um cenário econômico modesto, deverá haver um acréscimo de 50% na produção de alimentos de 2013 para suprir essa demanda extra (CLERCQ et al. 2018). Em julho de 2017 a população brasileira atingiu 207 milhões de habitantes, segundo Boneau et all, (2017), isso significa um crescimento de 1,57 milhão (0,77%) em relação a 2016. Isto representa uma perspectiva desafiadora para a agricultura mundial. Diante deste cenário pretende-se analisar a nova tecnologia a ser utilizada no meio rural, chamada de agricultura 4.0 poderá ajudar o setor agrícola brasileiro e mundial no aumento de produção, produtividade e sustentabilidade no campo.

Resultados

O termo “agricultura 4.0” é um termo que advém da “indústria 4.0” aplicada a agricultura, representa um conjunto de inovações tecnológicas avançadas a qual permitirá otimizar, aprimorar e rentabilizar a produtividade no campo (Esperidião, dos Santos, Amarante 2019). É preciso compreender que este termo está diretamente atrelado a evolução tecnológica no setor agro como um todo. Hoje já existem sistemas globais de navegação (GPS) e geoprocessamento, segundo Rodrigo (2016), possibilitou o desenvolvimento da agricultura de precisão, com uso de vários dispositivos tecnológicos, como sensores e recursos de imagem cada vez mais avançados. Existem na agricultura máquinas plantadeiras autoguiadas, monitoradas em tempo real, que vem sendo usados pelos grandes produtores, auxiliando a produtividade, redução de custos e ajudando a reduzir os danos as lavouras. Mas estas tecnologias ainda concentram menor densidade de uso de dados, não possibilitam a integração entre aparelhos. A agricultura 4.0 permitirá o acesso a agricultura de precisão, bigdata, IC (inteligência computacional), computação em rede, automação, robótica, computação onipresente e computação sensível, todo esse pacote tecnológico é voltado para aprimorar o domínio, o monitoramento e da tomada de decisão no campo (AQELEL-UR-REHMAN, 2017). Marcará a chegada da tecnologia de ponta aplicada ao campo com vistas a facilitar a vida do produtor, melhorar a produção e aumentar a produtividade de um setor importante em vários estados e fundamental ao Brasil.

A maior capacidade de processamento da agricultura 4.0, os novos softwares gerenciamento da plantação, que poderão identificar deficiência de nutrientes no solo e fazer a correção. Essas novas tecnologias poderão captar e processar mais informações em tempo real, causando maiores influências nas tomadas de decisões, economia e conforto ao produtor rural (BONNEAU et al 2017). Isso permitirá uma maior eficiência no plantio, a diminuição do desperdício na colheita, uma correção mais rápida dos problemas de solo, diminuindo o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas, preservando o solo.

Ao aderir a agricultura ultra tecnológica, investindo na modernização do seu setor agrícola, o país pode ganhar maior protagonismo em boas práticas e desenvolvimento sustentável de sua produção agropecuária (RIBEIRO, MARINHO, ESPINOSA, 2018). Essa agricultura tecnológica de precisão, a pesar do investimento, trará ganhos com uma produção que utiliza menos insumos, maior produtividade, menores perdas e preservação ambiental.

Considerações Finais

O século XXI é desafiador para a agricultura, o aquecimento global, as mudanças climáticas, a diminuição das chuvas e o crescimento populacional mundial podem representar uma enorme adversidade para a agricultura mundial.

A agricultura 4.0 com sua alta capacidade de processamento, diagnósticos por imagem de lavouras, verificação de adubação, irrigação de precisão, semeadura e adubação. Estes recursos tecnológicos podem deixar o setor agrícola muito mais preparado para o futuro.

O Brasil, como um dos grandes produtores mundiais, conseguirá entrar em outro patamar com a implementação da agricultura 4.0, não só pela tecnologia desenvolvida em si, mas por desenvolver uma agricultura ambientalmente correta, que agride menos o meio-ambiente, dando um salto com uma produção mais sustentável e produtiva.