Introdução e Objetivo

Para intensificar a pecuária brasileira na busca de melhores índices em termos de produtividade, desempenho e precocidade na produção animal, pesquisas direcionadas o uso de aditivos alimentares para a produção de ruminantes vem sendo cada vez mais necessárias. Nesse sentido, as indústrias de alimentação animal continuam investindo em pesquisas e no desenvolvimento de aditivos promotores de crescimento, apostando no aprimoramento do sistema produtivo do país, sendo um exemplo o uso de ionóforos na alimentação de bovinos. Este tem sido reportado em vários estudos, apesar da variabilidade dos resultados no campo experimental, comumente são introduzidos nas dietas com intuito de melhorar a eficiência produtiva.

Os ionóforos são antibióticos, que visam melhorar o aproveitamento de energia e proteína das dietas, ocasionando um melhor desempenho animal, eficiência alimentar e rendimento de carcaça, além de auxiliar na redução da metanogênese e transtornos metabólicos comumente observados na pecuária intensiva.

Com esse trabalho objetivou-se realizar uma revisão de literatura sobre o uso de ionóforos na alimentação de bovinos, compreender o mecanismo de ação desses elementos dentro do organismo animal e seus efeitos sobre a produtividade.

Metodologia

O trabalho foi elaborado com base em livros e periódicos do acervo da Universidade Estadual de Maringá, além de dados do Scielo e Science Direct de artigos compostos de revisões bibliográficas e análises experimentais sobre o assunto entre dezembro de 2000 e março de 2013. Os termos utilizados para pesquisa foram aditivos na alimentação de bovinos, ionóforos, antibiótico e monensina sódica.

Resultados

No processo de manipulação da fermentação ruminal, os ionóforos interagem no sentido de modificar a população microbiana do rúmen, reduzindo a população de bactérias gram positivas (proteolíticas, acido láticas e produtoras de acético). Dessa maneira, causam decréscimo na produção de metano, lactato e amônia, que são produtos resultantes da fermentação dessas bactérias. As bactérias gram-negativas possuem uma camada lipídica externa que contém porina com um tamanho limite de aproximadamente 600 daltons (Da). A maioria dos ionóforos são maiores que 600 Da, não passando através das porinas. As bactérias gram positivas não possuem essa camada externa e os ionóforos podem penetrar livremente na membrana celular, alterando o fluxo de cátions. Na tentativa de sobrevivência a célula gasta energia para manter seu metabolismo interno, fazendo com que ocorra um declínio de ATP intracelular e conseqüente morte celular.

As bactérias gram negativas modificam a produção de ácidos graxos voláteis, diminuindo a relação acetato:propionato, além de melhorarem a eficiência do uso do nitrogênio no rúmen, aumentando assim a disponibilidade de energia e proteína para o animal, ocasionando uma melhora no desempenho animal e conseqüentemente aumentando a produção de carne e/ou leite.

Eles são produzidos por diversas linhagens de Streptomyces sp, sendo que os mais empregados na alimentação de ruminantes são a monensina, lasalocida, narasina e salinomicina.

Considerações Finais

A nutrição animal é bastante dinâmica, sempre lança mão de novas estratégias para melhorar o aproveitamento dos nutrientes dietéticos, na tentativa de assegurar condições para que os animais expressem o seu máximo potencial genético de produção de carne e leite, sem que haja elevados acréscimos aos custos de produção. Sendo assim tem se realizado vários estudos sobre os ionóforos.

Apesar da variabilidade e conflito dos resultados no campo experimental a respeito da utilização destes compostos, tem se obtido resultados promissores com melhora na eficiência alimentar e ganho de peso animal.