Introdução e Objetivo

A alface é a folhosa mais consumida no Brasil, sendo uma importante fonte de vitaminas e sais minerais e, com destaque no elevado teor de vitamina A. A crescente procura por alimentos saudáveis, fez com que em dez anos, esse seguimento desse um salto de 70% na produção passando de 11,5 para 19,3 milhões de toneladas.

Pertencente à família das Aceraceae, a alface (Lactuca sativa) é uma planta de ciclo anual, originária de regiões de clima temperado. Os métodos mais empregados de propagação de mudas constituem-se na semeadura em bandejas de poliestireno expandido e posterior transplante para lavoura definitiva, considerado uma das etapas mais importantes do sistema produtivo de hortaliça.

O tipo de suporte utilizado para apoiar as bandejas confere uma grande influência no desenvolvimento das plântulas, tanto para desenvolvimento da parte aérea como sistema radicular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tipo de bancada sobre a produção de mudas de alface.

Metodologia

O experimento foi realizado no sítio Águas Claro, em Campo Mourão – PR, em ambiente protegido. As cultivares Crespa e Americana variedades Hortência, e Júlia respectivamente. Como substrato a turfa fértil, conduzidas em bandejas com 200 células com uma semente peletizada por célula.

O delineamento estatístico utilizado foi DIC, com 5 tratamentos: T1: testemunha, bandejas diretamente ao solo; T2: bandejas suspensas sobre o arame; T3: bandejas sobre areia lavada; T4: bandejas sobre concreto e T5: bandejas sobre a pedra brita com cinco repetições.

A semeadura ocorreu no dia 22 de março de 2011 e 28 dias após, as bandejas foram levadas para o laboratório da Faculdade Integrado e avaliado: comprimento parte aérea (CPA), comprimento da maior raiz (CMR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz (MSR) e massa seca total (MST). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados

Em relação à CPA, constatou-se que T1 e T3 foram estatisticamente iguais e superiores aos demais tratamentos para cultivar Crespa. Para Americana, T1 seguido por T5 apresentaram os melhores resultados. No entanto, valores inferiores foram constatados em T2 e T4, para ambas cultivares.

Os resultados encontrados permitem inferir que para o T1, devido às bandejas estarem dispostas diretamente ao solo, proporcionou ao sistema radicular das plântulas o crescimento pelos orifícios da base das células e consequentemente a exploração de nutrientes e água no solo.

Os dados obtidos para CPA, em T3 e T5, para ambas cultivares, reforçam sobre maior desenvolvimento da parte aérea, quando as raízes encontram melhores condições, com disponibilidade de nutrientes e umidade. Para estes tratamentos, observou-se uma coloração mais escura no substrato. Isto se explica, pelo fato de que a disposição das bandejas sobre a pedra e areia proporcionou um ambiente mais favorável, diminuindo a lixiviação de nutrientes e uma maior retenção de umidade, quando comparado a T2 e T4.

Para T2 e T4, as mudas encontravam-se com 3 a 4 folhas, enquanto que para os demais tratamentos, apresentavam entre 4 a 6 folhas. Esses resultados demonstram que para a produção de mudas suspensas e sobre o concreto, é necessário um maior período de permanência no viveiro, para serem levadas a campo.

Para MSPA, não houve diferenças estatísticas entre T3 e T5, no entanto, T1 apresentou valores superiores a estes, apenas para cultivar Americana e para as ambas cultivares, os valores encontrados corroboram com os anteriormente apresentados para CPA, demonstrando a influência do ambiente de cultivo no desenvolvimento da parte aérea das mudas.

Em relação MSR, constatou-se que T2 apresentou o maior valor, seguido pelo T4 para ambas cultivares. Isso se explica pela influência da poda aérea, onde as raízes tendem a ocupar toda área da célula, não se alongando para fora da mesma.

Os tratamentos com as bandejas sobre o chão apresentaram a formação de mudas com maior CPA e MSPA. No entanto, para o tratamento sobre arame e sobre o concreto, respectivamente, as mudas se destacaram pelo maior crescimento das raízes como observado nas variáveis CMR e MSR.

O maior e menor valor de MST foi obtido em T1, T5 e T4, respectivamente, para as duas cultivares. Entretanto, T5 não diferiu estatisticamente de T3 na cultivar crespa assim como foi semelhante ao T1 para cultivar Americana.

Considerações Finais

O produtor tem preferência pela produção de mudas diretamente ao solo, devido ao rápido crescimento da parte aérea da mudas.

O tipo de bancada exerce efeito significativo sobre o comprimento e massa seca tanto da parte aérea como da raiz.

As bandejas sobre chão, pedra e areia proporcionaram maior crescimento e peso de massa seca da parte aérea.