Introdução e Objetivo

A cultura do jiló (Solanun gilo Radd.) pertencente à família Solanaceae, é uma planta tipicamente tropical, extremamente exigente em calor e tolera pouco o frio, a parte comestível são seus frutos verdes. No mercado brasileiro existe poucas cultivares disponíveis sendo todas nacionais. Já no mercado de sementes, verificam-se dois tipos básicos de jiló: o ‘Comprido Verde-Claro’ e o ‘Morro Grande’, este último com sabor amargo. Por ser uma solanácea o jiló é afetado por inúmeras doenças fungicas, exigindo controle fitossanitário rigoroso, alguns produtos orgânicos vem sendo utilizados para melhoria da sanidade desta cultura, dentre eles destaca-se o extrato pirolenhoso (EP). Existem indícios de que as substâncias quelatizantes contidas no EP podem potencializar a eficiência dos produtos fitossanitários e a absorção de nutrientes em pulverizações foliares.

Este trabalho teve por objetivo verificar a influência do extrato pirolenhoso na produtividade da cultura do jiló.

Metodologia

O experimento foi conduzido em 2015, na Faculdade Integrado de Campo Mourão, PR. As mudas de jiló eram da variedade Morro Grandes, transplantadas 30 dias após a semeadura para o local definitivo.O delineamento foi em blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 4 repetições, com 6 plantas por parcela. O solo foi corrigido com a adubação recomendada para a cultura. Nos tratamentos utilizou-se o Extrato Pirolenhoso Biopirol 7M® nas dosagens: T1- 3 ml; T2- 4,5 ml; T3- 6 ml; T4- 1,6 g; T5- 2,4 g, T6 - – 3,2 g; T7- testemunha (Amistar Top).As aplicações, na sua maioria, foram realizadas com intervalo de cinco dias, na quantia de um litro por parcela. Foram realizadas 8 avaliações, de 7 em 7 dias, para obtenção dos dados de massa fresca dos frutos (MF- g) e número de frutos sadios. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (α = 0,05), utilizando o software estatístico Assistat.

Resultados

A utilização do EP favoreceu a produção total de frutos com qualidade comercializável, quando comparado à utilização do fungicida químico. Para o número médio de frutos, o T2 proporcionou melhor resultado, enquanto que o T4, não permitiu um aumento de frutos sendo os valores de 34,25 e 25,0 g, respectivamente. A diferença entre os tratamentos foi de 37% no número de frutos sadios colhidos. Todos os tratamentos com EP diferiram significativamente. Enquanto as parcelas com o T6 conseguiram uma quantidade aceitável de frutos, já o T4 teve o pior desempenho, com média de 25 frutos por parcela. Foi comprovado que a utilização de diferentes doses proporcionou uma maior quantidade de frutos. Sendo assim, além de não ser tóxico à saúde e ao ambiente, ainda proporcionou uma maior produtividade. O EP na dose recomendada proporcionou um maior aumento na MF final dos frutos (53,25 g), enquanto que com a testemunha obteve-se a menor MF (23,93 g). O segundo melhor resultado, foi o T6, atingindo uma média de 38,12 g por fruto. E mesmo diferindo de todos os outros tratamentos, variando apenas 3 g do T2, T3, T4 e T5. Entre a aplicação um e dois, houve um período de chuvas intenso, impossibilitando aplicações a campo. A partir da quarta avaliação, o peso dos frutos começou a diminuir, explicação dada pela diminuição das chuvas e menor disponibilidade de água. Os tratamentos T2, T3, T4, T5 e T6 ficaram todos entre 35,18 e 38,12 g, diferindo significativamente entre si. O T1 teve uma média de 53,25 g por fruto, enquanto a testemunha obteve 23,93 g, ocorrendo uma diferença de quase 30 g por fruto. O T1 foi o único que manteve uma média acima dos 50g por fruto, tendo resultado superior em relação aos demais tratamentos, que não chegaram à média de 40 g.

Para a MF dos frutos, na primeira avaliação, como em todas as outras, o tratamento com a dose recomendada do extrato pirolenhoso (T1) teve o melhor desempenho (56,25 g), proporcionando um maior peso nos frutos de jiló, enquanto a testemunha teve o pior resultado (22,50 g). Na última avaliação observou-se aumento de MF para todos os tratamentos, tendo o T1 os maiores valores e a testemunha os menores (51,5 e 25,0 g). A dose recomendada de EP aumentou em quase 40% a produtividade, em comparação com a melhor dose de Amistar Top. Já à testemunha, esse aumento é ainda maior, chegando a mais de 120% em relação à massa dos frutos, e em 14% na quantidade de frutos.

Considerações Finais

O extrato pirolenhoso na concentração recomendada de 3 ml L-1 contribuiu para uma melhor produtividade das plantas de jiló.

O aumento da dosagem do EP não mostrou aumento significativo na massa fresca dos frutos e quantidade de frutos.

O Amistar Top®, quando aumentada à dose, permite uma elevação no número médio de frutos, bem como a massa fresca dos mesmos.