Introdução e Objetivo
O morango apresenta intensa atividade metabólica e é suscetível à patógenos na pós-colheita. Métodos de conservação como baixas temperaturas associadas à irradiação são estudados para conservação deste fruto. Estudos afirmam que o tratamento com luz produziu maior capacidade antioxidante e atividade enzimática, aumentou teor de compostos fenólicos totais em morangos e sua vida de prateleira. A luz conserva as propriedades bioquímicas, e nas células dos patógenos, há substâncias chamadas porfirinas, que absorvem a luz e ficam energizadas, ao voltar para o estado normal colidem com moléculas de oxigênio transferindo esta energia a eles transformando-os em radicais livres. Estes são citotóxicos contaminam e promovem a morte celular. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo analisar a vida útil de prateleira do morango e propriedades bioquímicas como pH, sólidos solúveis, acidez titulável, perda de massa entre outros, sob os efeitos da Luz LED azul e refrigeração.
Metodologia
Morangos Fragaria x ananassa Duch. selecionados e higienizados com hipoclorito de sódio a 5%, foram divididos em 20 bandejas de polietileno e submetidos a 5 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram: T1- 24 hs, T-2 48 hs, T3- 7 2hs, T4- 96 hs de luz e T5- Testemunha (sem influência da luz) porém todos ficaram refrigerados durante e após os tratamentos. Foram analisados o pH, sólidos solúveis, acidez titulável, perda de massa, rátio e avaliação visual. A perda de massa foi apresentada em porcentagem e a avaliação visual através de notas. Os demais resultados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott knot a 5% de probabilidade.
Resultados
Na avaliação de sólidos solúveis (açúcares totais- AT), os resultados apontam que o teor de AT não mudou com a influência da luz de Led, a fruta tratada com luz azul manteve praticamente os mesmos teores comparando com a fruta de testemunha, apontando que não houve diferença estatística durante o armazenamento dos morangos sob a luz. O ratio apresenta o equilíbrio entre acidez e açúcares, e é muito utilizada para verificação do sabor, e neste caso os valores para sólidos solúveis estão todos dentro do padrão, ou seja, a luz azul não influenciou no sabor, não modificou os teores de ratio. As análises de pH também foram satisfatórios, uma vez que a medida que a fruta amadurece ela aumenta seu teor de açúcar e diminui a acidez e assim pode-se verificar que o período de armazenamento a luz de led azul, tampouco influenciou neste fator, os frutos não aumentaram o seu teor de açúcar em relação ao pH. Para avaliação da acidez titulável verificou-se que houve diferença estatística nos tratamentos onde na segunda avaliação, 3 dias após o tratamento a testemunha obtinha as maiores médias. A perda de massa (%) é crescente ao longo do armazenamento, e neste caso as médias não diferiram estatisticamente, embora a perda de massa da testemunha seja maior que nos tratamentos. As avaliações visuais também apontaram ótimos resultados para os tratamentos em relação a testemunha. Na 4ª avaliação (1 semana de geladeira comum após o tratamento apareceram os primeiros fungos na testemunha, sua aparência era ruim, enquanto que os tratados com a luz ainda estavam bons, com brilho e vigor aptos a comercialização. A aparência do fruto é o aspecto fundamental na prateleira do mercado, o consumidor busca frutos com boa aparência, uma vez que é a única forma de analisar as qualidades “fora” de um laboratório. Assim, mesmo não influenciando nas propriedades bioquímicas do morango o Led conferiu uma melhor aparência e vida útil após a colheita do fruto.
Considerações Finais
O presente trabalho aponta que a exposição à luz de led azul, não comprometeu as propriedades bioquímicas do morango. Para algumas variáveis, como o pH, foi benéfica, uma vez que não se perdeu acidez após os tratamentos e manteve-se o sabor. Além de que, a exposição à luz aumentou a vida de prateleira do morango, mantendo a boa aparência, indicando assim que o led pode ser usado como alternativa na manutenção da qualidade do fruto na pós colheita.