Introdução e Objetivo
Pertencente à família das Rosáceas, o morangueiro (Fragaria ananassa Duch.) apresenta caule herbáceo, porte baixo formando pequenas touceiras.
No Paraná, em 2015 foram cultivados em 697 hectares, produzindo um total de 20,4 mil toneladas, participando com 9,7% no valor bruto da produção da fruticultura. Os municípios da Região Metropolitana de Curitiba e o Norte Pioneiro e concentram entre 80% da produção, sendo 90% cultivados no sistema convencional e 10% no sistema orgânico.
Os frutos após a colheita apresentam uma alta suscetibilidade ao ataque de doenças, como a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), podridão de Rhizopus (Rhizopus stolonifer) e o mofo cinzento (Botrytis cinerea). O tratamento dos frutos em pós-colheita é uma prática necessária para controle destes patógenos. O uso de indutores de resistência tem demonstrado bons resultados. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos sanitizantes sobre a incidência e severidade de podridões em frutos de morangos.
Metodologia
A cultivar utilizada foi a Camino Real produzido no município de Marialva – PR, utilizando apenas frutos sem sinais de lesões ou doenças.
Os tratamentos foram divididos em T1: Testemunha; T2: Imersão dos frutos de morango em Hipoclorito de Sódio 2% por 1 min; T3:: Imersão dos frutos de morango em Hipoclorito de Sódio 2% por 2 min; T4: Imersão dos frutos de morango em Ecolife® 200 mL 100L-1, indutor de resistência; T5: Pulverização de D-limoleno 200 mL 100 L-1.
O delineamento experimental foi o de inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 4 repetições. As avaliações foram realizadas visualmente, a partir do 0, 1, 3 5, 7, 9 e 10 dias após a colheita (DAA).
Para avaliação da severidade, utilizou-se o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Os resultados foram submetidos à análise de variância, e as diferenças entre os tratamentos foram analisados pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR®.
Resultados
Para todos os tratamentos testados observou-se a incidência de fungos associados aos frutos logo ao primeiro dia de armazenagem.
O fungo B. cinerea foi o principal patógeno causador de doenças de pós-colheita para este estudo, sendo também identificado R. stolonifer.
As médias para AACPD, sobre a severidade em pós-colheita, demonstraram que os tratamentos T3 e T5 foram significativos. Observa-se claramente o efeito de sanitizantes sobre a severidade das doenças, sendo os melhores resultados T5 seguido por T3. Para T5, que conferiu melhores resultados, devido à carência de trabalhos com D-limoleno que demonstrem resultados em tratamento de frutos em pós-colheita, não se sabe ao certo qual a causa que corroborou para os resultados. Estudos comprovam a ação de óleos essenciais no controle de crescimento micelial dos patógenos causadores de doenças em frutos de morango, tendo capim-limão, na concentração de 1000 ppm ação inibitória do desenvolvimento dos fungos. A presença de componentes como o limoneno pode ter efeito fungicida e/ou fungistático, sendo estes responsáveis pelos resultados apresentados.
O efeito do hipoclorito de sódio teve ação apenas por período relativamente curto, para essa concentração e nesse período de imersão.
O T4, para o segundo dia de avaliação, apresentou inferior ao T5 e superior ao T3 para incidência e valores superiores aos demais tratamentos para severidade, até o segundo dia de avaliação e ao terceiro dia, apresentando resultados inferiores aos demais, ficando apenas a frente da testemunha. Resultados similares foram observados para o controle de Colletotrichum gloeosporioides em no mamoeiro, na concentração de 2 mL L-1, onde apresentou os menores valores de severidade da doença até terceiro dia após a inoculação, não sendo eficiente após esse período.
Como os frutos foram mantidos em ambiente sem refrigeração, a temperatura ambiente de armazenamento pode ter tido influência sobre o resultado encontrado, uma vez que a respiração dos frutos aumenta, com isso, as taxas de CO2 e O2 apresentam alterações, levando a uma maior suscetibilidade dos frutos ao ataque de patógenos deteriorantes.
Considerações Finais
O tratamento com D-limoleno na concentração de 200 mL 100L-1 apresentou os melhores resultados para o controle de doenças fungicas em pós colheita de morango.
O hipoclorito de Sódio a 2% por 2 min teve efeito a até o segundo dia após a inoculação, sendo necessário testar outras doses e tempo de imersão.
O tratamento com Ecolife® a 200 mL 100 L-1 mostrou-se eficiente até o segundo dia após a inoculação, não sendo indicado para períodos superiores a esse.