Introdução e Objetivo

Pertencente à família Solanaceae, Physalis peruviana está no grupo das pequenas frutas. O Brasil possui uma grande produção de variadas e diferentes espécies, nativas ou exóticas de frutíferas, o que é consequência da extensão do território e sua inserção, em sua maioria, nas zonas de clima tropical e temperado.

Consumida no Brasil como exótica possui preço bastante elevado, possuindo valor entre 50 a 90 reais o Kg, porém com plantio limitado, devido ao desconhecimento de práticas de manejo, falta de pessoal especializado e a logística entre colheita e mercado.

Pouco se diz sobre a quantificação e controle de doenças da physalis, principalmente em relação a diferentes produtos, por isso faz-se necessário novas pesquisas, com foco maior nas regiões sem tradição de cultivo.

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de três diferentes produtos: fungicida Difere® (químico), calda bordalesa (químico) e extrato pirolenhoso (orgânico), sobre a severidade de doenças foliares em Physalis.

Metodologia

O experimento foi conduzido utilizando plantas de physalis, a campo, já estabelecidas, no espaçamento de 1,0 x 3,0 metros. 

Os produtos utilizados para as aplicações, bem como suas concentrações foram: T1: Testemunha - sem aplicação; T2: Extrato pirolenhoso a 3 ml.L-¹; T3: Calda bordalesa a 1% (1:1:100) e T4: Difere® a 3 ml.L-¹.

Com exceção da calda bordalesa, que foi aplicada a cada 15 dias, as demais aplicações foram feitas semanalmente. Nas testemunhas foi pulverizado água nos dias das aplicações.

O delineamento foi em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e nove repetições, sendo cada bloco composto de três plantas por parcela, totalizando 27 plantas por bloco. A variável avaliada foi a severidade de doenças foliares.

Foram feitas cinco avaliações durante 10 aplicações, sendo assim, feito uma avaliação a cada duas aplicações. 

O índice de severidade de cada folha foi baseado utilizando a escala diagramática para avaliação da cercosporiose do pimentão (Cercospora capsici).

Resultados

Conforme os resultados obtidos, os níveis de severidade de todos os tratamentos mantiveram-se abaixo de 3,5%, mostrando assim que houve pouca intensidade de doenças foliares, ocorrendo apenas pequenas diferenças, ao decorrer das avaliações, entre os tratamentos.

Desse modo pode-se dizer que não houve diferença entre a quantidade de doenças foliares e a eficiência do controle químico e orgânico em nenhum dos ensaios.

Pode-se observar o tratamento em que se aplicou o fungicida Difere® foi o que obteve a maior intensidade de doenças. Posteriormente a calda bordalesa foi a que apresentou maior intensidade, seguida pelo extrato pirolenhoso. A testemunha foi o tratamento em que se observou a menor intensidade de doenças.

A primeira avaliação (AV1), realizada após a primeira aplicação, manteve um índice de severidade igual a 0%, o qual foi aumentando conforme foram feitas as demais aplicações e avaliações.

No caso do Difere®, as possíveis causa da não eficiência podem ter sido devido a: 1) desenvolvimento de variantes resistentes ao longo do período de pulverizações provocado pela constante lavagem do produto e exposição à subdosagens; 2) local de aplicação do produto (em cima x em baixo da folha) e consequente maior ou menor lavagem e 3) a própria lavagem do produto pelas chuvas ou irrigações, mais intensas exatamente nos períodos mais propícios a epidemias, quando ocorre maior disseminação do patógeno e aumento de sua multiplicação.

Considerações Finais

Observou-se que os diferentes produtos não mostraram diferenças entre si no controle da severidade de doenças foliares na cultura da P. peruviana, nas condições do presente trabalho.

Há a necessidade de novos trabalhos com a cultura visando minimizar, não só a severidade de doenças, mas também elevar seu potencial produtivo para a região.