Introdução e Objetivo

Dentre as doenças alimentares, muitas delas são causadas por microrganismos patogênicos os quais podem resultar em sérios problemas de saúde pública como também ser responsáveis por perdas econômicas. As doenças transmitidas por alimentos (DTA) e/ou doenças vinculadas por alimentos (DVA) são classificados como doenças infecciosas, toxinoses, toxinfecções, toxicoses, doenças alérgicas e doenças nutricionais.

Dente os sintomas de DTA incluem: náuseas, dor de estomago, vômitos, diarreia, febre e dependendo do agente etiológico pode causar desidratação, diarreia sanguinolenta, insuficiência renal aguda e respiratória.

As bactérias são as principais causadores de DTA porem há outros patógenos envolvidos como os vírus, parasitos, fungos, agentes químicos e micotoxigênicos.

O presente estudo objetivou realizar o compilamento de dados referente aos cinco últimos anos sobre as notificações confirmadas de DTA no Brasil.

Metodologia

Foi realizada uma revisão de literatura de caráter descritivo e com abordagem quantitativa, utilizando a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – da Secretaria de Vigilância em Saúde –SVS- e do Ministério da Saúde – MS. Os dados apresentados são referentes aos últimos cinco anos, onde carregam informações relevantes a cerca das intoxicações e dos surtos alimentares notificados no Brasil entre 2000 até o mês de outubro de 2015.

Resultados

Segundo dados da SINAN / SVS/ Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, foram registrado 209.240 portadores de DTA e foram registrados 10.666 surtos alimentares com 155 óbitos. A região sudeste é onde se concentra os casos de DTA com 40,2% das notificações seguido pelas regiões sul, nordeste, centro-oeste e norte com 34,8%, 14,8%, 6,0%, 4,3% respectivamente.

Entre os alimentos envolvidos estão os ovos e produtos a base de ovos, água, doces e sobremesas, leite e derivados, carne de ave, suína e bovina in natura, cereais, hortaliças, pescados e frutos do mar entre outros.

Dos agentes etiológicos responsáveis pelas DTAs destacam-se a Salmonella spp., S. aureus, E.coli, B. cereus, coliformes, giárdia, C. perfringens, rotavirus, Shigella spp. De acordo com o estudo, as residências são os principais locais onde ocorrem surtos de DTA com 38,4% de ocorrência. Em seguida, os restaurantes e padarias com 11,3% de casos e as creches e escolas com 8,3%.

Conforme relatos da literatura, o fator de maior impacto relacionado a contaminação é a mão do manipulador em contato com o alimento. Outros fatores também influenciam o surto de DTA como: matérias-primas inadequadas, refrigeração inadequada, processo de cocção insuficiente, temperatura inadequada de armazenamento ou conservação, contaminação cruzada e higienização incorreta.

Considerações Finais

Com base nos dados apresentados, é evidente que, a segurança alimentar requer uma maior atenção, desde a cadeia produtiva até aos seus manipuladores para que haja uma redução nas incidências das DTA. Portanto, é necessário que haja campanhas educativas sobre os cuidados com a manipulação dos alimentos e com os alimentos naturalmente tóxicos para que os consumidores fiquem mais informados e tenham um olhar mais critico frente às DTA.