Introdução e Objetivo
O atual hábito de consumo tem como resultado a crescente geração de resíduos. Pressões por parte de fóruns internacionais, agências ambientais, ONGs, setor público e privado, etc., garantem o desenvolvimento de tecnologias que preservem a população e o meio ambiente. Na “ordem de prioridade” do gerenciamento de resíduos (não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final), a destruição térmica de resíduos, principalmente representada pela Incineração e pelo Coprocessamento em fornos de clinquerização, encaixa-se como um tratamento definitivo. Nessas tecnologias, além da eliminação do resíduo, existe o aproveitamento energético desses materiais que não possuem mais valor para processos convencionais. O objetivo deste resumo é comparar o uso dessas tecnologias no Brasil e na Alemanha.
Metodologia
A pesquisa foi feita com base na revisão bibliográfica, abrangendo o histórico da incineração e do coprocessamento em fornos de clinquerização, peculiaridades das tecnologias de tratamento térmico de resíduos, caracterização da incineração e do coprocessamento, bem como dos resíduos passíveis de serem tratados por meio dessas tecnologias.
A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa junto às organizações e associações de representação das empresas que detém as tecnologias de incineração e coprocessamento, bem como de gerenciamento de resíduos, na Alemanha e no Brasil.
Resultados
De acordo com os dados de 2013 da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos - ABETRE, o resíduo doméstico no Brasil ainda tem como maior destino a disposição em aterros. A destruição térmica de resíduos – incineração e coprocessamento – são tecnologias de destinação voltadas somente aos resíduos industriais. Conforme estudos do Compromisso Empresarial para a Reciclagem - CEMPRE, em 2005, 89% dos resíduos sólidos urbanos eram destinados a aterros e/ou lixões, 11% para compostagem e reciclagem, e nenhum registro de envio deste material para incineração. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE, as formas de destinação final dos resíduos sólidos urbanos em 2014 foram: 58,4% aterro sanitário, 24,2% aterro controlado, 17,4% lixões.
Por outro lado, a Alemanha, em 2013, já possuía uma diferente distribuição de destinação final de seus resíduos sólidos urbanos: 10,7% aterro, 3,4% construção de aterros, 22,8% disposição em minerações de areia e rochas, 6,3% tratamento térmico, 5,4% incineração com recuperação energética, 51,3% outras alternativas de disposição, que incluem: tratamento de resíduos da construção, plantas de asfalto, minas subterrâneas de sal.
Considerações Finais
As formas de destruição térmica estudadas - incineração e coprocessamento - são comprovadamente tecnologias seguras e eficazes para a destinação de resíduos. A recuperação energética faz delas tecnologias ainda mais importantes.
Eliminar lixões e aterros deve ser a ação emergencial para o Brasil. No entanto, a exemplo da Alemanha, é preciso priorizar a destruição térmica, uma vez que, além de eliminar grande parte do resíduo existente, possibilita ampliar a matriz energética do país.