Introdução e Objetivo

A produção de milho (Zea mays) possui grande importância no cenário agrícola nacional e internacional, devido a sua participação na nutrição de homens e animais como: aves, suínos e bovinos de leite, bem como além do uso para a produção de etanol como fonte de bioenergia nos Estados Unidos (FANCELLI, 2008). O milho é produzido em grandes escalas associada a diversas tecnologias de produção, tais como o sistema de plantio direto e o cultivo utilizando híbridos geneticamente transgênicos (RODRIGUES, 2011).  

O aumento de áreas de cultivo resulta no crescimento populacional de pragas, onde os danos do percevejo barriga-verde tornam-se mais frequentes, ocorrendo quando o inseto suga a seiva do colmo, ocasionando o perfilhamento, murcha e posteriormente o secamento do milho, tornando a mesma improdutiva (GALLO et al., 2002).

 Este trabalho teve por objetivo avaliar os danos do percevejo barriga-verde em diferentes estádios fenológicos da cultura do milho.

Metodologia

O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação na Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR. O delineamento experimental foi Inteiramente casualizado num esquema fatorial 2X3 considerando a presença e ausência de percevejos nas plantas e o estádio de liberação (V2, V4 e V6). Os percevejos foram mantidos nos conjuntos vaso-planta por 14 dias contendo uma plântula de milho e três indivíduos de D. melacanthus por vaso e avaliados até 21 dias após a emergência (DAE). O milho utilizado foi o híbrido simples 30F53YHR, precoce da Pionner sem tratamento. As avaliações ocorreram aos 7, 14 e 21 dias após a retirada dos percevejos, observando as variações de diâmetro do colmo, altura de plantas e danos foliares com base na escala de notas de danos foliares de percevejos em milho, sugerida por Copatti e Oliveira (2011). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Resultados

Na avaliação de danos foliares realizada aos 7 DARP (Dias Após a Retirada dos Percevejos) não houve diferença significativa entre os tratamentos. As plantas onde a liberação dos percevejos foi realizada em estádio V2 e V4 apresentaram folhas centrais descoloridas com orifícios de alimentação, enquanto aquelas onde a liberação foi em V6 demonstraram folhas centrais sem sintoma de ataque ou com pequenas pontuações amarelas. O que é atribuído ao período de tempo para que haja o efeito da toxica liberadas pelos percevejos nas plantas, durante seu processo de alimentação. Aos 14 DARP (Dias Após a Retirada dos Percevejos) nas plantas onde houve liberação dos percevejos, independente do estádio, houve evolução nos danos foliares em comparação aos obtidos naquelas sem percevejos. As avaliações do diâmetro do colmo possibilitaram a observação de variações de espessura quando submetidas aos diferentes tratamentos, no entanto sem diferenças significativas entre estes. As plantas submetidas ao ataque de percevejos em V2 e V4, aos 7DARP, mantiveram o incremento na altura semelhante aos obtidos nas plantas sem percevejos. Por outro lado com a liberação em V6 o incremento na altura de plantas sem percevejo foi significativamente maior.

Considerações Finais

O percevejo Dichelops melacanthus ocasionou danos mais intensos nos estádios V2 e V4 em relação a V6 em plantas de milho.