Introdução e Objetivo

À medida que a população envelhece, observa-se um aumento da fragilidade do indivíduo em decorrência da baixa imunidade do organismo, tornando-o vulnerável a diversas doenças. As alterações nos mecanismos de defesa associadas ao envelhecimento contribuem para o aumento do risco de doenças infecciosas que, em idosos, constituem importante intercorrência clínica, promovendo nessa população maiores taxas de hospitalizações e morbimortalidade, aspectos esses que explicam a importância da imunização como parte dos programas de prevenção e promoção da saúde do idoso. Objetivou-se pelo presente estudo identificar o conhecimento e adesão ao calendário de vacinação de idosos com 60 anos ou mais cadastrados na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vitória Régia no município de Cáceres – MT. 

Metodologia

Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa, que se caracteriza como uma pesquisa de campo. Participaram do estudo, idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vitória Régia do bairro Jardim Popular, no município de Cáceres – MT. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Para coleta de dados realizou-se a aplicação do questionário semiestruturado previamente elaborado, contemplando dados de identificação do participante. A análise dos dados se deu através da descrição fiel das falas e tabulação dos dados por meio do software Microsoft Office Excel 2013®. Os dados qualitativos foram analisados segundo Mynaio. A pesquisa foi submetida para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT sendo aprovado com CAAE 35685714.5.0000.5166.

Resultados

Participaram do estudo 20 idosos de ambos os sexos, com idade entre 60 e 81 anos, sendo a faixa etária predominante entre 66 – 70 anos de idade com sete idosos, seguido de idosos entre 60 – 65 anos e 71 – 80 anos de idade, ambas incluíram seis idosos em cada, e a faixa etária entre 71 – 80 anos conteve um idoso participante. Entre os indivíduos pesquisados, dez idosos representaram o sexo feminino e dez idosos corresponderam ao sexo masculino. Em relação ao conhecimento e adesão ao calendário de vacinação específico do idoso, emergiram duas categorias geradoras de discurso Conhecendo o calendário vacinal do idoso e Percepção dos idosos sobre o calendário vacinal específico – adesão e não adesão. Quando indagados sobre quais as vacinas para idosos oferecidas pelo serviço de saúde os participantes do estudo conheciam a vacina que se mostrou mais significativa entre as respostas apresentadas, foi a influenza (70%), seguida da febre amarela (40%), difteria e tétano (30%) e a menos conhecida pneumocócica (15%). Entre os entrevistados (25%) dos indivíduos afirmaram não conhecer nenhuma vacina ofertada pelo serviço de saúde. A adesão dos idosos as vacinas mostraram-se positiva entre a maioria dos pesquisados, mostrando os resultados satisfatórios tanto das campanhas da mídia quanto das ações dos serviços de saúde locais. Observou-se no estudo que para à adesão, cerca de 90% dos sujeitos pesquisados afirmaram, já terem tomado algum tipo de vacina para prevenção de doenças após os 60 anos de idade. Dentre os motivos pelos quais os participantes afirmaram ter tomado algum tipo de vacina se destaca a prevenção (60%), seguida pela orientação de amigos/familiares e campanhas de vacinação (10%), indicação por algum profissional da saúde e por doenças que representa (5%) dos motivos mencionados. Sobre a atualização da caderneta de vacinação, (60%) dos sujeitos afirmaram estar atualizada, (35%) relataram estar desatualizada e (5%) informaram não saber se esta se encontra atualizada ou desatualizada, informação.

Considerações Finais

Verificou-se que o conhecimento e adesão sobre vacinas que compõem o calendário de vacinação específico prevaleceram para a vacina contra a influenza, fato este, que possivelmente está associado a divulgação da vacina por meio das campanhas do Ministério da Saúde que ocorrem com mais frequência para a vacina contra a influenza do que para as demais vacinas contidas no calendário.