Introdução e Objetivo

Na área da saúde o enfrentamento das problemáticas influenciadas pelo fator do envelhecimento populacional, se apresenta como um grande desafio, para todos os setores, sobretudo, para o profissional assistencial, que é o profissional presente no âmbito hospitalar que possui o contato direto maior e mais significativo tanto com o paciente, quanto com a família, em especial o acompanhante, nos casos de menores de 18 e maiores de 60 anos.Sabe-se também, que este período, trata-se de um momento de especial, não apenas para o paciente, como para seus familiares, sobretudo, os acompanhantes, como nos casos de internações de idosos, conforme estabelece o Estatuto do Idoso, instituído pela Lei 10.741/03. Assim, pensando na importância da relação humana e da comunicação inerente a ela, o estudo objetivou conhecer o processo de comunicação entre os profissionais assistenciais e o acompanhante do idoso hospitalizado.

Metodologia

Esta pesquisa trata-se de um estudo qualitativo realizado com os acompanhantes de idosos internos no setor de clínica médica do hospital São Luiz de Cáceres, no município de Cáceres – MT. Foram incluídos na pesquisa acompanhantes de idosos que permanecerem no setor de internação da clínica médica durante o período estabelecido e desejarem participar da pesquisa, após consentir o termo de consentimento livre e esclarecido que responderam as seguintes questões geradoras de discurso: Quais os fatores que contribuem para o aparecimento das dificuldades e facilidades para manutenção do vínculo comunicativo entre o profissional de enfermagem, e o acompanhante do idoso na instituição pesquisada? Esta pesquisa segue os aspectos éticos contemplados na resolução 466/12 que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos para apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT e aprovado sob parecer 874.005 e CAAE 35706814.6.0000.5166. 

Resultados

Participaram da pesquisa 20 entrevistados, somente três eram do sexo masculino e dezessete do feminino, sendo que deste sete eram solteiros, nove casados, três em união estável e um divorciado. E a faixa etária dos entrevistados variou entre 21 a 64 anos. Observou-se que dos vinte entrevistados 10 acompanhantes são filhos, três são netos, três noras, dois cônjuges, uma sobrinha e uma vizinha. Conforme os discursos obtidos na pesquisa, emergiram três categorias de análise: O ser cuidador do idoso, Acessibilidade do familiar a informação e Qualidade de informação entre profissional e o cuidador. Em relação ao período de permanência como acompanhante do idoso na instituição hospitalar, supera oito horas diárias acarretando em condições de sobrecarga à saúde do cuidador. Quando questionados sobre os motivos que determinaram a ser e/ou estar acompanhante/cuidador do idoso destacou a condição de companhia com 45% dos entrevistados. Apesar de manter-se na instituição hospitalar acompanhando o idoso, quando questionados sobre o conhecimento da equipe que presta assistência ao idoso, apenas 25% expressar conhecer a equipe. Remetendo assim na falha da comunicação entre os profissionais da equipe de enfermagem e os acompanhantes/ cuidadores dos idosos hospitalizados. Como resultado 40% dos entrevistados respondeu que não conheciam, ou seja, não houve antes nenhuma relação entre ambos, em seguida 35% dos sujeitos responderam que conheciam parcialmente. As informações que são relatadas para os acompanhantes dos idosos advém 35% dos enfermeiros, 35% por outros profissionais, que seriam no caso os médicos e fisioterapeutas, 30% dos técnicos de enfermagem e vale ressaltar que embora ainda exista a categoria do auxiliar de enfermagem, o campo de estudo não oferece esse atendimento ao público.Quando o acompanhante foi inquirido sente à vontade para questionar sobre as informações passadas pelos profissionais, a maioria (67%) responderam que sim. Os demais 33% referiram não se sentir à vontade para questionar as informações prestadas pelos profissionais, justificando na maioria das vezes a falta de interesse dos funcionários e do acesso ao profissional. Considerando os locais para comunicação 70% dos entrevistados acham adequado os lugares em que receberam as informações pelos profissionais sobre o estado de saúde do paciente, e 30% acredita que não é apropriado e retira a privacidade do paciente. 

Considerações Finais

Conclui-se que os fatores que contribuem para a comunicação satisfatória, apresenta dificuldades de vínculo comunicativo entre o profissional e o acompanhante do idoso hospitalizado, desencadeando de forma desfavorável à humanização, comunicação e interação entre os mesmos.