Introdução e Objetivo

Os suínos têm grande importância na sociedade, sendo a sua carne a mais consumida no mundo. O Brasil é um importante produtor mundial de carne suína e grande parte de sua produção é exportada.

Os suínos são animais que tem uma grande necessidade de expressar seus comportamentos normais. Quando são submetidos a alguns tipos de criação, podem desencadear uma série de problemas, tais como: doenças respiratórias, problemas nos cascos, lesões pelo corpo e consequentemente a queda na produção.

O método de criação de fêmeas durante a fase de gestação e maternidade em gaiolas é o mais utilizado no Brasil para otimização de espaço, aumento na produção de leitões e diminuição de custos. Porém, o bem estar dos animais criados nesse método vem sendo motivo de discussões. Essas gaiolas restringem o movimento dos animais fazendo com que o nível de desconforto aumente o que pode afetar a produção. Essa gaiola pode ser o meio ideal para diminuir custos, porém está longe de ser o melhor para os animais.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi descrever como o sistema de criação em gaiolas afeta o bem estar das fêmeas suínas durante as fases de gestação e maternidade.

Metodologia

Esse trabalho foi elaborado a partir de uma revisão da literatura nas bases de dados do Scielo e Science Direct e livros da área. Restringiu-se às publicações em língua portuguesa, artigos que incluíssem revisões bibliográficas, tratamentos ou pesquisas experimentais entre os anos de 1998 a 2011. As palavras-chave utilizadas para a busca de artigos foram: manejo, comportamento de suínos, matrizes, produção.

Resultados

Com a pesquisa, foi possível constatar que o método intensivo de criação de suínos afeta negativamente a qualidade de vida desses animais. As gaiolas propiciam um baixo grau de bem estar, fazendo com que os animais sofram de várias enfermidades, alguns exemplos são os movimentos estereotipados, as automutilações, problemas ósseos e musculares. A União Européia já baniu o uso das gaiolas e não compra carne de animais oriundo de países que ainda utilizam estas instalações.

A tendência é que o Brasil faça o mesmo que a União Europeia, visto que isso poderia valorizar a carne brasileira e consequentemente fortalecer a cadeia de carne suína. Os métodos de criação para abate de animais em ambiente abertos, com a possibilidade de andar e expressar seus comportamentos naturais são os mais indicados, pois, valoriza-se o bem estar do animal. Esses métodos deveriam ser utilizados, entretanto, há um entrave: a criação de matrizes em baias coletivas pode afetar a produtividade desta categoria animal, gerando maior mortalidade fetal e de leitões, além de exigir maior espaço, o que consequentemente afetará a rentabilidade da produção.

Considerações Finais

Destaca-se a importância da necessidade de estudos na área para que seja possível o desenvolvimento de técnicas que conciliem o bem estar das matrizes suínas, mas que não afetem a eficiência e rentabilidade da suinocultura. Pesquisas mostram que já existem sistemas de criação em espaços abertos que não dependem de sistemas de confinamento rigorosos. Para tanto, não há outra opção a não ser adotar métodos sustentáveis e humanitários de criação.