Introdução e Objetivo
O milho pipoca é o único tipo de milho que o Brasil não consegue suprir a própria demanda. Esta cultura é extremamente suscetível a doenças foliares, que ao atacarem as plantas, diminuem área fotossintética, reduzindo consideravelmente a produção. Apesar de já existirem fungicidas registrados para o controle de doenças nesta cultura, ainda há dúvidas de quais fungicidas e em quais épocas aplicar o produto para uma maior eficiência no controle, e se fungicidas ainda sem registros para esta cultura trariam resultados diferenciados. Desta forma, objetivou-se neste trabalho, avaliar a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença – AACPD, em plantas de milho pipoca tratadas com diferentes fungicidas sistêmicos, com e sem registros, onde foi possível notar que todos os fungicidas avaliados reduziram a severidade da Helmintosporiose na cultura do milho pipoca, havendo destaque para misturas e épocas específicas.
Metodologia
O ensaio foi realizado no ano agrícola 2012/2013 no Campus da Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR. Utilizou-se o delineamento em faixa com parcelas subdivididas. Os fungicidas foram aplicados em quatro estádios fenológicos da cultura: V8, VT, R2 e uma combinação de V8 e R2, com 6 repetições. Os tratamentos foram: piraclostrobina + epoxiconazol na dose de 0,75 L p.c. ha-1, trifloxistrobina + protioconazol na dose de 1,0 L p.c. ha-1 e carbendazim + tebuconazol + cresoxim-metílico na dose de 0,5 L p.c. ha-1. A doença foi avaliada pelo nível de infecção a partir do início dos sintomas até o estádio de maturidade fisiológica da cultura. As avaliações foram realizadas a partir de cinco plantas escolhidas aleatoriamente estimando a área foliar lesionada das plantas nas folhas acima, no nível e abaixo da espiga através de uma escala diagramática. A partir dos dados obtidos com as avaliações de severidade, contriui-se os gráficos das AACPD o que tornou possível comparações visuais.
Resultados
Após a aplicação dos fungicidas percebeu-se que todas as testemunhas apresentaram maior AACPD da helmintosporiose, em relação aos tratamentos com fungicidas, em todas as épocas de avaliação. Isto demonstra que os tratamentos fungicidas reduziram o ataque da doença. Os tratamentos fungicidas aplicados em VT, excetuando-se a testemunha, tenderam a mesma AACPD, assim como visto em R2, porém em VT as AACPD foram menores. Em V8/R2, os resultados apresentaram a igualdade para os tratamentos piraclostrobina + epoxiconazol e carbendazim + tebuconazol + cresoxim-metílico, o tratamento com trifloxistrobina + protioconazol apresentou maior AACPD, superando apenas pela testemunha sem aplicação. Em V8 os tratamentos com os fungicidas piraclostrobina + epoxiconazol e trifloxistrobina + protioconazol apresentaram a mesma AACPD, já o fungicida carbendazim + tebuconazol + cresoxim metílico permitiu a ocorrência uma AACPD maior. Nota-se que a menor AACPD ocorreu no estádio de aplicação V8/R2 proporcionada pela aplicação tanto de piraclostrobina + epoxiconazol como de carbendazim + tebuconazol + cresoxim metílico, visto que, em função desses formulados terem sido aplicados primeiramente em V8, desencadearam uma importante ação preventiva para futuras infestações do patógeno. Assim como quando aplicado novamente em R2, houve o reforço de aplicação agindo de maneira curativa em plantas que o patógeno conseguiu infectar, além da renovação da prevenção. Em relação à testemunha, a AACPD se aproximou entre as épocas V8 e V8/R2 bem como entre as épocas VT e R2. Entretanto, quando comparadas às aplicações dos demais tratamentos, apresentaram AACPD superior em todas as épocas. Ao comparar a AACPD de todos os tratamentos que contém o fungicida carbendazim + tebuconazol + cresoxim-metílico, evidencia-se que as aplicações nos estádios V8, VT e V8/R2 tendem aos mesmos resultados, porém, quando aplicado em R2 apresenta uma AACPD maior, já que não se entrou com aplicação preventiva, ou seja, por não ter prevenido a incidência do patógeno em estádios anteriores, entrando com aplicação apenas em R2, fez com que este estádio fosse o de maior ataque da doença. Em relação aos tratamentos que contém o fungicida piraclostrobina + epoxiconazol, percebeu-se que a melhor época de aplicação foi a sequencial em V8/R2, seguidos pelos estádios V8, VT e R2 que apresentam AACPD cada vez maiores, respectivamente. Desta mesma forma comportaram-se os tratamentos à base de trifloxistrobina + protioconazol.
Considerações Finais
Verificou-se menor AACPD com os tratamentos fungicidas piraclostrobina + epoxiconazol para todas as épocas. As menores AACPD foram observadas com a aplicação dos fungicidas piraclostrobina + epoxiconazol e carbendazim + tebuconazol + cresoxim-metílico em V8 e R2. A melhor época de aplicação para os fungicidas Piraclostrobina + Epoxiconazol e Trifloxistrobina + Protioconazol foi V8 e R2. Já para carbendazim + tebuconazol + cresoxim metílico, os melhores resultados foram em V8, VT e V8 e R2.