Introdução e Objetivo

O momento atual nas empresas do Brasil pode ser caracterizado por intensas e significativas mudanças no que diz respeito à gestão e ao controle interno, além da contínua informatização das informações e dos processos, aumento da competitividade e da complexidade do ambiente empresarial, colocando as empresas diante de novos desafios. As fraudes seguem evoluindo nos aspectos quantitativo e qualitativo, atingindo empresas privadas e públicas tanto nos países desenvolvidos quanto nos emergentes, ocasionando perdas significativas nos respectivos patrimônios. A necessidade de uma validação mais profunda e rotineira dessas informações contábeis e gerenciais, bem como dos processos e controles internos implantados, visto a evolução das fraudes, fez com que houvesse uma expansão na necessidade de auditorias nas empresas brasileiras. O objetivo é demonstrar o papel da auditoria nas empresas brasileiras como ferramenta primordial na identificação e mitigação de fraudes.

Metodologia

A metodologia foi baseada no método indutivo, que consiste em uma abordagem das partes, para que seja possível compreender o assunto de uma forma geral. Foi utilizado o método bibliográfico, na busca de uma melhor abordagem teórica da evolução, conceito e técnicas da Auditoria, bem como seus objetivos e finalidade como ferramenta de combate as fraudes nas empresas. Se o objetivo do estudo é fazer apenas uma reflexão sobre o problema com o auxílio de publicações, documentos e dados secundários sobre o assunto, o método bibliográfico poderá contribuir com sugestões, recomendações e possíveis caminhos alternativos para solução do problema. Isso só será possível, se o estudo bibliográfico seguir a essência do método científico como forma de proceder ao longo de um caminho em busca de solução para um problema, sendo este lógico, racional, sistematizado, com início, meio e fim.

Resultados

Avaliando o cenário global na qual evidencia que Estados Unidos, Canadá e Inglaterra historicamente são líderes mundiais em fraudes empresariais. Este elevado índice de fraudes empresariais nos EUA pode ser relacionado com fins do século XIX, quando da regulamentação da profissão de auditor abandonou-se a responsabilidade na detecção de fraudes. Individualmente a soma das perdas atingiu número considerável tanto nos países desenvolvidos quanto nos emergentes. No Brasil é importante haver uma reflexão sobre o volume de fraude, até mesmo observado na mídia e na conjuntura política nacional. O montante em dinheiro perdido em fraudes nas empresas brasileiras é superior à totalidade da carga tributaria nacional 33,83% em 2009. É passível questionar se tais empresas possuem controles internos eficientes e se já passaram por auditoria interna, externa ou mesmo fiscal. Sendo a fraude caracterizada pela ação intencional e com dolo praticado por pessoas (internas ou externas) contra a entidade, com vistas a atentar contra os ativos empresariais, subtraindo destes resultados empresariais. Ao final, as constatações observadas no estudo revelam números que evidenciam que o fenômeno de fraudes não está restrito apenas aos países emergentes. A crise de valores morais atinge todo o globo e as atividades fraudulentas permeiam de forma generalizada as entidades privadas, exigindo uma nova abordagem da função de Auditoria em frente ao crescente aumento das fraudes nas últimas décadas, com tendência ao seu aprofundamento qualitativo e quantitativo. A situação no Brasil não é diferente, como avaliado pelas recentes pesquisas sobre o assunto, embora o problema já foi considerado por diversos autores anteriormente. Apesar das pesquisas possuírem divergências em espécie, elas são coincidentes em gênero no que se referem ao fato de que as auditorias são as ferramentas mais adequadas na descoberta e tomada de ações em relação às fraudes. Se constata que os controles internos normalmente estão defasados em relação a continua evolução das fraudes. As empresas devem também, de acordo com os números apresentados nas pesquisas, criar uma política de resposta às fraudes de forma que o ambiente não seja propício aos atos fraudulentos.

Considerações Finais

A fraude e má-conduta corporativa continuam a ser uma ameaça constante para as empresas no Brasil e no mundo, tendo aumentado nos últimos anos. Como qualquer outro risco, a fraude pode ser gerenciada por meio de estratégia de gestão de risco adequada, implementando um programa que se estenda por todos os níveis da organização, tendo a auditoria como alicerce e condutor do processo.