Introdução e Objetivo
Os índices de parto cirúrgico vêm aumento significativamente nas últimas décadas superando o número de parto normal. A escolha pelo tipo de parto deve sempre ser focada na saúde da mãe e do bebê, e essas orientações devem ser realizadas durante o pré-natal de forma individual ou coletiva pela equipe de saúde, visando as vantagens e desvantagens de cada tipo de parto, quando e em que situação o parto cirúrgico deve ser recomendado.
Como integrante da equipe nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Enfermeiro trabalha em conjunto com os demais profissionais e com a Equipe Saúde da Família (ESF) que assistem às gestantes durante o período gravídico puerperal, sendo atribuído a este profissional responsabilidades durante a realização do pré-natal.
Nesta perspectiva, o presente estudo tem como objetivo analisar a importância da participação do Enfermeiro durante o pré-natal, instrumentalizando as gestantes na tomada de decisão sobre a escolha do tipo de parto.
Metodologia
A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica e as fontes de consulta foram artigos científicos, dissertações e manuais, no qual foram utilizados para seleção as bases de dados eletrônicas do Ministério da Saúde, LILACS, Scielo. Estes artigos foram selecionados incialmente pelo título e resumo, posteriormente aqueles que falavam sobre pré-natal, ações educativas e fatores que influencia a decisão pela escolha do parto foi realizado a leitura na integra, sendo citados aqueles mais relacionados aos objetivos do presente trabalho.
Resultados
O Ministério da Saúde define como principal objetivo do pré-natal acolher a mulher no início da gravidez até o fim da gestação garantindo o bem estar materno e neonatal assegurando o nascimento saudável da criança abordando aspectos psicossociais e atividades preventivas e educativas, tendo como configuração um atendimento acolhedor que proporcione um veículo entre o profissional de saúde e a gestante, favorecendo a construção de uma relação de confiança. O Programa Nacional de Humanização é referência para a assistência prestada pelo Enfermeiro, cabendo-lhe realizar procedimentos, consulta de enfermagem, bem como orientações e desenvolvimento de práticas educativas individuais, em grupos e até mesmo no corredor enquanto as gestantes esperam pelo atendimento dos demais profissionais da equipe de saúde.
Durante a gestação as transformações emocionais e biológicas características deste período podem despertar medos e inseguranças na mulher. As gestantes necessitam dos profissionais de saúde para receberem suporte adequado, no entanto estes profissionais devem estar preparados para acolhê-las com uma concepção de saúde que transcende o biológico.
Os benefícios de cada parto devem ser esclarecidos nos encontros realizados para as gestantes, organizados pelo Enfermeiro considerando que sejam de fácil compreensão para todas as integrantes do grupo. O Enfermeiro deverá desenvolver trabalhos específicos para a população adscrita, e ações pontuais em condições especiais, como no caso das gestantes do grupo de risco.
Nas orientações realizadas sobre os tipos de parto, o Enfermeiro deve sempre ter como foco a saúde materna e infantil, promovendo ações educativas para a prevenção e promoção da saúde do binômio mãe-filho proporcionando a gestante melhores subsídios para o enfrentamento dos desafios no momento do parto. O acolhimento humanizado deve ser o pilar para realizar uma assistência adequada que estabeleça uma relação de confiança entre paciente e profissional, que pense na educação em saúde como um processo transformador da realidade que está lhe está posta.
O Enfermeiro deve realizar o atendimento ao pré-natal baseado nos princípios de humanização, acolhendo a mulher na sua singularidade, propiciando um ambiente com privacidade, respeitando intimidade. Isso permitirá que ela expresse suas angustias e sentimentos, promovendo a criação de vínculo entre o profissional e a gestante, facilitando o processo de empoderamento da gestante sobre o seu corpo.
Considerações Finais
A escolha do parto é uma decisão difícil de ser tomada pela gestante e algumas condições devem ser consideradas na opção de parto que a mulher deseja.
O Enfermeiro deve estar em constante atuação na assistência à saúde materno-infantil, sendo provedor de informações e orientações a fim de reduzir os índices de morbimortalidade, atuando de maneira preventiva e promotora a saúde da mãe e do bebê, mostrando a sociedade seu importante papel e potencial enquanto profissional de saúde.