Introdução e Objetivo
A necessidade em substituir o uso dos agrotóxicos nos agroecossistemas, faz da alelopatia, uma ferramenta para melhorar a sustentabilidade dos sistemas de produção, pois representam uma alternativa biológica com ação específica e menos prejudicial ao ambiente. Os óleos essenciais são produtos naturais de plantas com potencial alelopático que apresentam inibição em sítios de ação diferentes daqueles dos herbicidas sintéticos, possibilitando alternância de mecanismo de ação, além de degradarem rapidamente no ambiente, sendo geralmente considerados seguros. Assim, há possibilidades de utilizar esses aleloquímicos como um potencial bioerbicida na agricultura. Dessa forma, o objetivo desse estudo, foi avaliar a atividade alelopática do óleo essencial de O. gratissimum sobre uma planta daninha E. heterophylla.
Metodologia
Quinze sementes de E. heterophylla, foram dispostas em vasos (0,5 kg) contendo solo horizonte C e substrato orgânico (Fertimax®) na proporção (em v/v) de 1:1. Foram utilizados 4 vasos para cada tratamento. Realizou-se o desbaste, deixando-se 8 plantas por vaso, 10 dias após a semeadura. As plantas remanescentes foram pulverizadas com 10 ml da solução do óleo essencial na concentração de (0,1 a 2,5% [v/v]) diluídos em DMSO (1,5% [v/v]) e água deionizada. O controle foi constituído de DMSO (1,5% [v/v]) e água deionizada. A aplicação da solução foi feita com pulverizador manual com auxílio de um funil de plástico invertido direcionando o conteúdo do óleo de maneira uniforme na superfície foliar das plantas. Os vasos foram irrigados com regularidade. No 30° dia após a semeadura, avaliou-se a porcentagem de plantas vivas por vaso, comprimento, massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular.
Resultados
Observou-se drástica redução nos valores das variáveis com a aplicação do óleo. Na concentração mais alta do óleo (2,5%) houve 100% de inibição. Já as plantas controle e na concentração de 0,1% do óleo as plantas apresentavam-se bem formadas com verde intenso, mesmo após 30 dias de cultivo. No entanto, a aplicação de óleo nas demais concentrações, a partir de 0,5% causou danos foliares e diminuição dos valores das variáveis biométricas. Para as maiores concentrações (1 e 2,5%) os danos foram bem maiores, as plantas murcharam e secaram quase que por completo e na maior concentração houve 100% de inibição em todas as variáveis. A porcentagem de plantas vivas corresponde às plantas que tiveram ao menos uma parte verde (viva), 30 dias após a aplicação do óleo essencial. A aplicação do óleo de O. gratissimum reduziu a porcentagem de plantas vivas, chegando a 100% de morte. O controle e a primeira concentração testada (0,1%) tiveram resultados semelhantes, já para as outras concentrações testadas, a inibição foi aumentando com o aumento da concentração do óleo.
Considerações Finais
A aplicação do óleo essencial nas plantas adultas (30 dias) causou efeito alelopático influenciando todas as variáveis biométricas estudadas (porcentagem de plantas vivas por vaso, comprimento, massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular). O óleo foi capaz de causar grandes lesões, em especial no limbo foliar da planta daninha e doses próximas de 2,0% foram letais.