Introdução e Objetivo
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e cerca de dois milhões de mortes por ano em todo o mundo, a maioria dos casos são evitáveis e causam um grande impacto sobre a produtividade e a economia mundial.
Dentre os agravos no trabalho destacam – se as intoxicações ocupacionais, termo utilizado para a designação das intoxicações por agentes químicos e animais peçonhentos ocorridas no ambiente de trabalho.
As ações de Saúde do Trabalhador devem ser realizadas por uma equipe multidisciplinar e abranger procedimentos de prevenção, manutenção e reabilitação do trabalhador. O Ambulatório de Saúde do Trabalhador - AST do Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá realiza, desde 1992, atividades de assistência, vigilância epidemiológica e educação em saúde voltadas às intoxicações ocupacionais. Analisar o perfil dos atendimentos no AST no ano de 2015.
Metodologia
Trata-se do relato de experiência das atividades realizadas no projeto extensão universitária “Atendimento às intoxicações profissionais no CCI/HUM: Organização do Ambulatório de Saúde do Trabalhador”, desenvolvido no Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá (CCI/HUM), no período de janeiro a dezembro de 2015.
Os dados foram originários de análise documental, do relatório anual do projeto e as variáveis analisadas foram acessadas nos relatórios mensais de atendimento do ambulatório, sendo elas: agente tóxico envolvido na intoxicação ocupacional, trabalhadores agendados e trabalhadores cadastrados, e comparecimento no AST.
A população em estudo foi composta por trabalhadores expostos ocupacionalmente a agentes tóxicos e atendidos no AST no período estudado.
Resultados
Foram notificadas 147 intoxicações ocupacionais no ano de 2015. Em relação ao sexo dos trabalhadores, 87 (59,1%) dos casos eram do sexo masculino e 60 (40,8%) do sexo feminino, a faixa etária variou entre 20 a 49 anos de idade com 81 (55,1%) das intoxicações. O tempo de permanência dos trabalhadores no serviço de saúde foi menor de 12 horas em (81,6%) dos casos. E a maioria (97,9%) evoluiu com alta hospitalar, sendo que três trabalhadores evadiram do serviço de saúde. Foram agendados 39 trabalhadores, e 20 (51,2%) compareceram ao atendimento, com adesão de 55,2%. Houve um total de nove (22,2%) atendimentos de trabalhadores expostos a agrotóxicos, nove (22,2%) trabalhadores atendidos por intoxicação com tintas e outros solventes, e 22 (55%) trabalhadores foram atendidos no ambulatório decorrentes de outros agentes tóxicos.
Considerações Finais
Os dados apontam a baixa demanda dos trabalhadores no atendimento ambulatorial, possivelmente pela inexistência de referência para exames laboratoriais específicos a trabalhadores expostos ao chumbo inorgânico. Outra razão desta baixa demanda pode ser em consequência da substituição do chumbo por outros componentes menos agressivos, diminuindo o número de empresas que trabalham exclusivamente com chumbo e seus compostos.