Introdução e Objetivo
A astrobiologia é o estudo da origem, evolução, distribuição e o futuro da vida no universo. Este campo abrange a busca de ambientes habitáveis dentro e fora do Sistema Solar, à procura de provas de química pré-biótica e vida. As pesquisas de laboratório e de campo são focadas na origem e evolução inicial da vida na Terra, bem como o potencial de adaptação da vida no planeta e no espaço. Em 1970 uma pesquisa levou cientistas aos ambientes extremos da Terra, onde acharam micróbios que vivem em condições extremas de frio, acidez e radioatividade do meio. Esse conjunto de pesquisas expandiram o conceito sobre a vida no planeta Terra, fazendo-nos pensar que a vida poderia existir fora dela, mesmo em lugares considerados inabitáveis como a lua de Júpiter, Europa.
Diante disso, o objetivo deste trabalho através de revisões bibliográficas, é mostrar a importância desses estudos, suas principais descobertas e, finalmente, construir uma idéia sobre o que é a vida.
Metodologia
Este estudo constitui-se de uma revisão bibliográfica especializada, realizada entre fevereiro e abril de 2016, na qual se realizou uma consulta no site da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) a qual acabou direcionando a pesquisa para outros meios, como os periódicos científicos Science e Cambridge Journals, uma tese publicada pelo Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo e o documentário ''Astrobiologia'' do History Channel. Em seguida buscou-se estudar e compreender como o assunto é trabalhado, quais as principais descobertas realizadas na área, qual seu foco de pesquisa e quais sãos os métodos utilizados nessa área para entender como se desenvolvem essas pesquisas e que benefícios podemos ter com elas.
Resultados
Em 1970, época da corrida armamentista, foram descobertos os extremófilos, microorganismos que vivem em condições consideradas impossíveis para a maioria dos seres vivos, tais como frio ou calor extremo, pressões muito altas a grandes profundidades, valores extremos de pH ou ainda radiação ionizante em excesso. No Sistema Solar exemplos desses ambientes são dados pelos planetas Marte, o satélite de Saturno, Titã, e o satélite de Jupiter, Europa. A descoberta desses organismos ampliou o que era biologicamente possível, mudando o conceito de onde poderia haver ou não vida. Um exemplo interessante de organismo extremófilo são os Tardígrados, seres invertebrados que habitam ambientes com altitudes maiores que 6000 metros ou menores que 4000 metros abaixo do mar. Sobrevivem à temperaturas próximas do zero absoluto e acima dos 151ºC, além de suportar mil vezes mais radiação que a maioria dos seres vivos. Em setembro de 2007, a Agência Espacial Européia fez experimentos com tardígrados e seus ovos no espaço, expondo-os à dez dias de vácuo e intensa radiação UV (ultra-violeta). A análise das amostras revelou que as mesmas sofreram rehidratação sem apresentar dados relativos à exposição ao vácuo, mas com alguns danos devido à radiação solar. Em dezembro de 2010 cientistas da NASA, cuja equipe foi liderada pela astrobióloga Felissa Wolfe-Simon, apresentaram a descoberta da bactéria extremófila GFAJ-1, encontrada nas margens do Lago Mono, um lago extremamente salgado e alcalino. Após o cultivo controlado em laboratório, os cientistas começaram a substituir gradativamente os elementos presentes na dieta da GFAJ-1. A grande descoberta veio ao perceber que a bactéria foi capaz de usar Arsênio (As) (substância considerada altamente tóxica) no seu metabolismo ao invés de Fósforo (P), um dos seis elementos comuns a todos os seres vivos, incorporando um sal arsênico (AsO43-) na estrutura de sua molécula de DNA. Esse resultado mudou os rumos para a busca de vida fora da Terra, pois esta experiência prova que a vida em outros planetas pode ter uma constituição química radicalmente diferente da Terra. O estudo dos extremófilos e como eles se adaptam é vital para a compreensão da vida em ambientes espaciais e habitats onde condições extremas são encontradas e fornece subsídios para a possível hipótese da panspermia, teoria segundo a qual micróbios vindos de fora da Terra teriam inoculado e depois colonizado os oceanos terrestres.
Considerações Finais
A astrobiologia busca, através de pesquisas, respostas sobre o início da vida e a possibilidade de a mesma existir em outros planetas, dentro e fora do Sistema Solar. Teria esse tipo de vida alienígena necessidade dos mesmos recursos que os seres vivos terrestres precisam como sol e água? É preciso pesquisar mais os seres extremófilos e a partir desses estudos, dar um novo conceito sobre o que é vida através do aumento das amostras disponíveis, pois até então só se conhece um tipo: a terrestre.