Introdução e Objetivo

A aspiração endotraqueal é um recurso mecânico simples e importante na rotina hospitalar, sendo amplamente utilizado em pacientes em Unidade de Terapia Intensiva, sob ventilação mecânica ou não. Entretanto, a aspiração consiste em um procedimento invasivo que pode trazer agravos ao paciente se não for realizada com critério, sendo indispensável que o profissional possua não somente o domínio da técnica, como também o conhecimento da fisiopatologia do problema respiratório do paciente. Assim, o presente estudo objetivou abordar o procedimento de aspiração pelos profissionais de enfermagem durante a aspiração em Unidades de Terapia Intensiva. 

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa em metódica de revisão de literatura, onde buscou-se identificar a produção cientifica sobre a aspiração em Unidade de Terapia Intensiva. Foi realizada uma pesquisa eletrônica da literatura utilizando as bases de dados Scielo e Lilacs. Utilizou-se os seguintes como termo de procura a: Aspiração, UTI e Enfermagem. Dois revisores independentes (ROM e MP) fizeram uma seleção a partir dos títulos dos artigos encontrados inicialmente e, quando disponíveis, dos resumos obtidos a partir da busca eletrônica. O período de coleta de dados deu-se de agosto a dezembro de 2015. Os artigos originais selecionados foram analisados de modo a confirmar se os mesmos preenchiam os critérios descritos acima. 

Resultados

A aspiração é um procedimento que envolve a remoção de secreções da traqueia e dos brônquios por meio de uma sonda inserida na boca, nariz ou um orifício traqueal, traqueostomia ou tubo endotraqueal, a retirada da secreção precisa ser asséptica, atraumática e eficaz. Pesquisa realizada em duas das quatro UTI’s de um hospital filantrópico de Teresina-PI, referente à utilização do cateter com calibre adequado, a investigação verificou que em 100% das observações esse requisito foi cumprido.Na unidade de urgência e terapia intensiva de um hospital da região metropolitana de Natal-RN, das 334 aspirações realizadas, em 269 (80,24%) os profissionais não lavaram as mãos antes  do  procedimento.  Esse resultado é contrário ao que é preconizado pela literatura, quando afirma que as mãos devem ser lavadas sempre antes e após qualquer procedimento, independente do uso de luvas, pois estas são o principal meio de transmissão das infecções hospitalares. A duração não deve ser superior a 10 segundos, uma vez que o conteúdo aéreo nos pulmões fica reduzido, podendo levar a hipóxia, pois junto com as secreções, aspira-se ar. Quanto à realização do procedimento de aspiração no tempo máximo de 15 segundos, em 68,4% das observações, essa conduta não foi seguida na pesquisa em Teresina.  Sendo adequada umidificação dos gases inspirados e a hidratação do paciente evitam a formação de rolhas de secreção, não sendo recomendada a instilação rotineira de soro fisiológico a 0,9% na traqueia para fluidificar as secreções, exceto após avaliação da real necessidade do paciente. Com tudo esse procedimento provoca hipoxemia, além de infecções, podendo prejudicar o bem estar psicológico do paciente. O Decreto 94.406 de 08 de junho de 1887 reforça as atribuições e competências dos profissionais de enfermagem, delegando a supervisão e responsabilidade pela a assistência de enfermagem privativamente ao profissional Enfermeiro, tendo o entendimento que o Técnico de Enfermagem tem amparo legal de assistir o Enfermeiro no planejamento, programação, orientação e supervisão da assistência de enfermagem, em grau auxiliar.  

Considerações Finais

O estudo evidenciou que a aspiração tem eficácia nos casos indicados com necessidade de uso correto da técnica para se evitar complicações indesejáveis e monitoração antes, durante e após o procedimento. Considerando sua complexidade, evidencia-se a necessidade dos profissionais da saúde estarem treinados adequadamente para realizá-la com segurança, sempre que for necessária, não pondo em risco a integridade física do paciente.