Introdução e Objetivo

No século XVIII surgiram as corridas de rua na Inglaterra. Trata-se de uma atividade de predominância aeróbia e de manutenção da saúde. A corrida sendo praticada de forma regular promove vários benefícios, tais como: prevenir disfunções como a hipertensão arterial, diabetes, osteoporose, doenças cardiovasculares e fatores psicológicos, que acometem a população principalmente os idosos. A prática de correr aparenta ser de fácil execução, porém o conhecimento aprofundado da atividade e suas especificidades envolvidas na corrida são necessários, levando em conta a biomecânica e cinemática da corrida. A biomecânica pode identificar possíveis diferenças na corrida e quantifica, tendo como objetivo o estudo do movimento humano levando em conta as características do aparelho locomotor. Partindo desses pressupostos, o presente estudo objetivou indicar os ângulos de membros inferiores de adultos e idosos corredores amadores de Campo Mourão no momento em que o pé toca ao solo.

Metodologia

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Fisiologia do Exercício da Faculdade Integrado de Campo Mourão–PR. A amostra foi composta por 3 adultos e 3 idosos corredores. Os instrumentos utilizados foram, 1 esteira Inbramed modelo MilenniumSuper ATL, 1 filmadora Panasonic modelo DMC-FS42 HD resolução 1920x1080, 1 fita dupla-face, 30 bolinhas de isopor e 1 tesoura. Foi utilizada a Escala de Borg para controle de esforço. Para avaliação foram inseridos marcadores (bolinhas de isopor), nas seguintes marcas anatômicas: espinha ilíaca ântero-superior esquerda, trocanter maior do fêmur esquerdo, epicôndilo lateral do fêmur esquerdo, maléolo lateral esquerdo, cabeça do terceiro metatarso pé esquerdo. Durante a corrida foi filmado 1 minuto de corrida moderada. A digitalização das marcas foi realizada por meio do software Kinovea 2015 vesão 8.0. Os dados foram analisados por meio de estatística básica descritiva, no programa Excel 2013.

Resultados

Para apresentar esses dados faz-se necessário antes definir a corrida. A corrida envolve sequências alternadas de apoio e não apoio, ou seja, os membros inferiores se alternam tocando ao solo e se recuperando, sendo a fase de apoio quando existe contato com o solo e a de recuperação a fase de oscilação ou balanço, quando os membros inferiores estão no ar. A fase de apoio é inversamente proporcional à velocidade pois, o tempo de apoio é diferente para cada velocidade, onde se aumentada a velocidade consequentemente o tempo de apoio diminui. O aumento de velocidade também diminui a fase de duplo apoio que é a característica do andar e assim surge a fase de flutuação característica da corrida. O presente trabalho apresentou os dados das angulações de membro inferior encontrados no momento em que o pé entra em contato com o solo durante a corrida. Sendo assim é importante salientar que durante as coletas não houve nenhuma intercorrência e todos os indivíduos conseguiram realizar a avaliação. A amostra do presente trabalho apresentou média de idade igual a 30 anos aos adultos e 65 anos para os idosos. A velocidade alcançada foi controlada por meio de feedback do voluntário durante a corrida utilizando a escala de Borg no qual os indivíduos apresentaram a sensação de esforço moderada sendo relativamente a sua sensação de ritmo de meia maratona (21.095mts). Os voluntários foram adequadamente classificados como corredores ativos por meio de seus resultados em provas nos últimos cinco anos. Durante a corrida os adultos atingiram a velocidade 17,5km/h, já os idosos obtiveram a velocidade 12,5km/h, foi neste momento que as imagens foram coletadas Os adultos apresentaram um ângulo de 108,3º na flexão de quadril, 204,0º na extensão de joelho e 91,3º para a dorsiflexão de tornozelo. Já os idosos apresentaram um ângulo de 123,0º na flexão de quadril, 195,0º na extensão de joelho e 99,3º para a dorsiflexão de tornozelo. Sugere-se que ouve diferenças entre os dois grupos nos seguintes ângulos: flexão de quadril em 14,7º, extensão de joelho 9º e para dorsiflexão de tornozelo 8º.

Considerações Finais

O presente estudo teve como objetivo indicar as angulações de membro inferior no momento em que o pé toca ao solo em adultos e idosos. Por meio da captação e análise de imagens foi possível indicar as angulações de membro inferior da amostra. Os achados neste trabalho corroboram com outros estudos, porém em sua maioria os idosos eram sedentários, e neste estudo eram atletas ativos e experientes. Dessa maneira, indica-se que mais estudos com idosos corredores ativos devem ser realizados.