Introdução e Objetivo
Em medicina veterinária a anestesia peridural vem sendo cada vez mais difundida, limitando-se muitas vezes, ao ambiente acadêmico devido, principalmente, à falta de conhecimento e de habilidade do clínico em realizá-la. Contudo, há grande interesse nos protocolos anestésicos mais seguros e eficazes e, desta maneira, a anestesia peridural vem ocupando um papel de destaque como protocolo anestésico único ou complementar para a realização de procedimentos cirúrgicos em membros pélvicos, assim como em cirurgias abdominais, como as ovariosalpingohisterectomias (OSH). Sendo assim, alguns aspectos positivos devem ser considerados com o uso da anestesia peridural lombo-sacra, onde se destaca mínimas alterações cardiorrespiratórias, prevenção e controle da dor pós-operatória, além da redução do estresse trans-operatório. Neste contexto, o emprego da via peridural tem alcançado grande ênfase nos últimos anos, sobretudo quando os analgésicos opióides são empregados. Suas vantagens são consideráveis, principalmente quando se avalia a duração da morfina (aplicação intramuscular, ação de até 4 horas e peridural, com ação de aproximadamente 24 horas). Atualmente têm-se demonstrado um interesse cada vez maior pelo controle da dor pré e pós-operatória o que justifica o uso crescente de agentes analgésicos opióides por esta via. Sendo assim, a presente revisão teve o objetivo de realizar um levantamento sobre a técnica e os principais fármacos empregados pela via peridural em cães.
Metodologia
Resultados
Revisão - A finalidade principal do uso da via peridural é favorecer uma ação localizada de grande eficácia, com doses menores do que as empregadas por via sistêmica, o que também permite minimizar os efeitos adversos potenciais ocasionados pelo uso de doses altas. A anestesia regional peridural consiste na instilação de fármacos no espaço compreendido entre o periósteo do canal vertebral e a duramáter. Uma condição imprescindível para realização de uma punção peridural com sucesso é manter o paciente quieto e tranquilo, na posição adequada, recomendando-se o uso de associações sedativas ou um ligeiro plano anestésico prévio. É a técnica mais empregada para promover tanto bloqueios nervosos sensitivos e motores, como uma resposta analgésica pura, onde se utilizam rotineiramente, os anestésicos locais como a lidocaína, bupivacaína e mais recentemente a ropivacaína e a levobupivacaína. Como há receptores opiódes localizados na medula espinhal, os analgésicos opióides também podem ser aplicados por esta via para induzir, principalmente, analgesia trans e pós-operatória. Segundo alguns autores os analgésicos opióides isoladamente ou associados aos anestésicos locais podem ser utilizados por essa via, proporcionando analgesia potente e de longa duração em várias situações, como cirurgias abdominais e intervenções em membros pélvicos. O uso de opióides por esta via produz analgesia pós-cirúrgica de melhor qualidade e maior duração do que a obtida com a utilização de anestésicos locais isoladamente.
Considerações Finais
A anestesia peridural é uma técnica em expansão na medicina veterinária, sendo cada vez mais utilizada. A analgesia obtida por esta via deve ser considerada, principalmente no tocante ao período hábil dos fármacos, que se apresentam ativos por mais tempo, garantindo um maior conforto e bem estar do paciente.