Introdução e Objetivo

Aedes aegypti pertencente à ordem Diptera, família Culicidae, subgênero Stegomyia, é um mosquito originário da África. Originalmente descrito no Egito, o vetor foi caracterizado cientificamente pela primeira vez em 1762, denominado Culex aegyptiCulex significa “mosquito” e aegypti “egípcio”. O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Em seguida, constatou-se que a espécie aegypti, descrita anos antes, apresentava características morfológicas e biológicas iguais às de espécies do gênero Aedes, e não do gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti. O A. aegypti é encontrado no meio urbano, em depósitos de armazenamento de água e pequenas coleções temporárias. Essa espécie é antropofílica e tem hábitos diurnos, alimentando-se e depositando seus ovos, preferencialmente, ao amanhecer e próximo ao crepúsculo. O objetivo dessa revisão é reunir informações sobre a biologia do A. aegypti, objetivando alertar a sociedade sobre a importância das medidas de prevenção.

Metodologia

Foi realizada uma revisão bibliográfica de pesquisas já publicadas sobre a biologia e as implicações do mosquito A. aegypti, utilizando bancos de dados eletrônicos: Scielo, Google acadêmico e Science Direct. Este levantamento de artigos sobre o tema foi realizado no mês de abril de 2016. No total foram utilizados dois livros e seis artigos. Os livros usados foram: Dengue no Brasil: abordagem geográfica na escala nacional ( Rafael de Castro Catão) ; Os insetos - Um Resumo de Entomologia (Penny J. Gullan, Peter S. Cranston). E os artigos foram encontrados nas seguintes revistas científicas - Revista Saúde Pública (USP) dois artigos; Revista Brasileira de Malariología e doenças tropicais,dois artigos; e Epidemiologia e Serviços de Saúde, dois artigos.  Como palavras chaves para a busca foram utilizados termos como: Dengue, Mosquito da Dengue, culicídeos.  Esta pesquisa possibilitou que o tema fosse abordado de forma coerente e bem fundamentado. 

Resultados

A fêmea precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. Embora possam ocasionalmente se alimentar com sangue antes da cópula, as fêmeas intensificam a voracidade pela hematofagia após a fecundação, quando precisam ingerir sangue para realizar o desenvolvimento completo dos ovos e maturação nos ovários. Normalmente, três dias após a ingestão de sangue as fêmeas já estão aptas para a postura, passando então a procurar local para desovar. 

A dispersão espontânea de um mosquito adulto fêmea é em média de 30 a 50  metros,porém sua dispersão depende da disponibilidade de criadouros, podendo então ser mais longa. Uma vez infectada, a fêmea do Aedes, esta assim permanece por toda a sua vida, mesmo depois de repetidos repastos em humanos. Realiza vários repastos antes de completar seu ciclo gonotrófico, contribuindo para o maior potencial de disseminação de uma virose.

O A. aegypti foi reconhecido como transmissor da febre amarela em 1881, por Carlos J. Finlay. Em 1906, Brancroft publicou as primeiras evidências de que o mosquito também era o vetor da Dengue, posteriormente confirmado por Agramonte, em 1906, e Simmons, em 1931. A espécie continua sendo o único vetor incriminado na transmissão da Dengue no Brasil e estudos recentes apontam sua capacidade de transmitir o vírus da Febre Amarela, Chikungunya, Zika vírus e possível ligação com casos de Microcefalia.

Após a detecção do aumento inesperado e desenfreado no número de casos de microcefalia, inicialmente em Pernambuco e posteriormente em outros locais da região Nordeste do Brasil, a partir de outubro de 2015, passou a se considerar a correlação da infecção pelo Zika Vírus em gestantes e a ocorrência de casos de microcefalia. Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a infecção pelo vírus Zika e a ocorrência de microcefalia. A presença do vírus foi identificada por pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) em amostras de sangue e tecidos de um recém-nascido no Ceará que apresentava microcefalia e outras malformações congênitas. 

 Como ainda não existem vacinas eficazes para estes vírus, a prevenção de casos humanos depende quase exclusivamente do controle dos mosquitos vetores, apesar de alguns sucessos recentes que utilizam controle biológico das larvas agentes.

 

Considerações Finais

As ações de combate ao A. aegypti, estão situadas em controle ou erradicação, que se diferenciam quanto às suas metas. Entretanto, ambas incluem três componentes básicos: Saneamento do meio ambiente, proteção de recipientes úteis e tratamento ou eliminação de criadouros naturais. A prevenção das infecções causadas pelos vírus da Dengue ainda é um desafio, visto ser centrada na eliminação do seu principal transmissor.