Introdução e Objetivo
Câncer é um conjunto de mais de 200 doenças onde há um crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo ser neoplasias malignas ou tumor benigno. No mundo, mais de 12,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer e cerca de 8 milhões morrem anualmente.
O desenvolvimento de câncer pode ser de caráter hereditário e alguns fatores podem ativar ou exacerbar a doença como: exposição excessiva ao sol, radiação e poluentes químicos. Além disso, duas classes de genes podem colaborar no seu desenvolvimento ao sofrerem mutações. Estes genes são chamados de oncogenes (promovem a divisão celular), e de genes supressores tumorais (não impedem a divisão celular).
Um gene específico denominado de p53 vem sendo estudado pela comunidade científica devido a sua especificidade na atuação de processos cancerígenos quando em mutação.
Desta forma, este trabalho tem como objetivo o estudo do gene p53 e sua atuação no diagnóstico do câncer.
Metodologia
Este artigo é caracterizado por uma revisão bibliográfica, baseada em material indexado nas bases de dados de artigos científicos, pesquisados no SciELO - Scientific Electronic Library Online, livros de genética consultados na biblioteca da Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR e sites como da Organização Mundial da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer. Este levantamento foi realizado de janeiro a março de 2016 utilizando-se de terminologias como gene p53, oncogênese e câncer. Os documentos elegidos para análise estudam a interação entre o gene p53 e carcinomas.
Resultados
O gene p53 possui características de supressor tumoral. Foi o primeiro a ser encontrado e um dos mais importantes. Está localizado no braço curto do cromossomo 17, região a qual sofre deleção em neoplasias. Quando o gene p53 sofre mutações, as células danificadas escapam do reparo do DNA e da apoptose e com isso o p53 mutado pode levar ao câncer e atuar como um oncogene.
Demostrado em muitas pesquisas, o gene p53 é considerado um dos genes que codifica importantes proteínas nas vias de reparo do DNA. Este gene pode sofrer mutações e danificar as células; além disso, ele pode interagir com outros genes como o P21 e PRB e suspender o ciclo celular na fase G1, não permitindo o reparo do DNA danificado ou a indução a apoptose.
Vários autores relataram a alteração do p53 em inúmeros tipos de câncer como: leucemias, linfomas, tumores da mama, tumores de pulmão, tumores gastrointestinais e sua funcionalidade está relacionada a quase todos os tipos de células.
Diversas pesquisas alegam que no gene p53 estão os genótipos como o 72 Arginina (Arg) e 72 Prolina (Pro) que estão associados a um aumento da apoptose e no reparo do DNA. Sendo assim, pesquisadores mostram que o genótipo 72 Arg possui uma incidência elevada na apoptose e o genótipo 72 Pro está relacionado com uma parada mais extensa do ciclo celular na fase G1, com intuito de melhorar a função do sistema de reparo do DNA.
Alguns autores sugerem que os polimorfismos que afetam a função de p53 estão associados com o risco de câncer e que esses polimorfismos podem ser causados por fatores genéticos e diferenças étnicas.
Diante de um quadro de câncer hereditário, alguns procedimentos podem ser realizados para a detecção de genes mutados, como a análise da presença da mutação por PCR-RFLP. Além desta técnica de diagnóstico, o acompanhamento genético, que investiga o histórico pessoal e familiar do câncer e dos hábitos e etnia do indivíduo, é importante para informar o quadro neoplásico bem como auxiliar no tratamento durante a doença e até mesmo fornecer tratamento preventivo.
Considerações Finais
A detecção de mutações no gene p53 pode levar a um diagnóstico precoce com elevada possibilidade de tratamento ou a prevenção de um estado canceroso. Por isso as investigações de mutações neste gene são de suma importância clínica.